Um jovem tranquilo e cheio de sonhos, que pretendia ser engenheiro. Assim Luiz Felipe Siqueira Souza,  era descrito pela família.. “Era um menino de bem, da paz. Não contribuiu em nada para a violência contra ele”, afirmou em entrevista, no início da noite de ontem, a enfermeira Janaína Maciel, prima do adolescente. Moradora de Minas Novas, no Vale do Jequitinhonha, ela disse que “o sentimento da família é de indignação e muita tristeza diante de um ato brutal como esse”.

O adolescente de 17 anos , morreu na manhã desta segunda-feira (20) depois de ficar gravemente ferido em uma briga no Instituto de Educação de Minas Gerais, escola estadual localizada no Bairro Funcionários, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, na última quarta-feira. O corpo de Luiz Felipe Siqueira Souza foi liberado à noite para ser velado na cidade de Minas Novas e enterrado em Turmalina, no Vale do Jequitinhonha, onde grande parte da sua família mora.

Orfão


Luiz Felipe perdeu a mãe, Abigail Siqueira, aos 3 anos e foi criado pelo pai, Valdenson Evangelista de Souza, que tem outro filho, Luca, de 16. Valdenson trabalhava como vendedor de eletrodomésticos em Minas Novas. Mas há dois anos, diante do desemprego e falta de oportunidades no Vale do Jequitinhonha, viu-se obrigado a deixar o lugar de origem. Junto com os dois filhos, foi para São Paulo, onde trabalha como motorista de uber. Em maio, Luiz Felipe se transferiu para Belo Horizonte, onde passou a morar com uma tia no Bairro Santa Efigênia, enquanto o pai e o irmão dele continuaram na capital paulista.

O adolescente foi matriculado no terceiro ano do ensino médio no Instituto Estadual de Educação e fez as provas do último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “O sonho era cursar engenharia civil”, revela Janaína. O corpo do adolescente foi sepultado no mesmo jazigo da mãe dele, em Turmalina, nesta terça-feira (21).