E traz a Belo Horizonte um novo conceito de consumo consciente, aliado a itens de designers mundialmente reconhecidos. No último dia 17, ela inaugurou a loja Dress and Fun, no Belvedere, que aluga vestidos de festa e também moda casual.

A idealização do negócio começou como um questionamento pessoal em torno do desperdício de um caminhão de roupas por segundo no mundo, de acordo com dados da Ellen MacArthur Foundation, publicados no fim de 2017.

“Eu falo que a ideia surgiu de uma demanda minha. Quando recebo o convite de um casamento ou de outra festa, a primeira coisa que penso é: com que roupa eu vou?”, explica. “Mas nunca concordei em usar um vestido uma única vez e depois deixá-lo esquecido no fundo do armário”, completa.

Ao dividir a indagação com as amigas, Graziela conta ter percebido que a questão era incômoda para a maioria das mulheres de seu convívio. Contudo, por vários motivos, era difícil repetir o vestido. “O problema de usar o look apenas uma vez é cultural, está enraizado”, reflete.

Foi então que, pesquisando o assunto, ela soube de uma startup nos Estados Unidos colhendo louros do sucesso no segmento de locação de vestidos de renomados designers internacionais: a Rent the Runway, fundada por Jennifer Hyman em 2009.
Graziela viajou a Nova York para conhecer a iniciativa e ficou encantada com a central de distribuição criada por Jennifer, que funciona com grandes esteiras rolantes, semelhantes às de aeroportos. No Brasil, ela também visitou negócios parecidos na capital de São Paulo.

Inauguração
Desde janeiro deste ano, a empresária esteve envolvida com a proposta de trazer os conceitos de “armário sustentável” e “economia circular” para o Belvedere, em BH. De lá para cá, Graziele investiu em um acervo com cerca de 200 peças, do 34 ao 46, várias assinadas por grandes nomes, como Roberto Cavalli, Herve Leger, Agilittá e Printting.

Por outro lado, a curadoria selecionou também marcas reconhecidas de Minas Gerais e de São Paulo, mais casuais – como vestidos curtos e modelos fluidos – para atender a eventos menos formais, como jantares e reuniões de negócios, especialmente para profissionais como advogadas, que precisam constantemente renovar o visual, mas não veem sentido em investir grandes quantias em vestuário.

“Estamos trabalhando ainda planos mensais, em que a consumidora possa alugar três looks no mês por uma quantia fixa”, relata Graziela. Ela diz que cada peça consegue atender, em média, a 20 clientes. Todas passam por um processo rigoroso de higienização e ajustes, sem que as locatárias precisem se preocupar em entregar as roupas limpas.

Os resultados, em curto espaço de tempo, já surpreenderam tanto a idealizadora mineira quanto a empresa de consultoria que a ajudou a formatar o negócio. Em 15 dias de funcionamento, a loja alugou 25 vestidos. Os valores para locação variam de R$ 200 a R$ 2 mil.