'Aposta nova' e 'rejeição aos grandes': cientista político avalia primeiro turno em Minas Gerais
Malco Camargos foi entrevistado nesta segunda-feira (8) no Bom Dia Minas. Ele também fez uma análise geral das eleições
eleitor apostou em novidade e rejeitou os grandes nomes, segundo o cientista político Malco Camargos, entrevistado nesta segunda-feira (8) no Bom Dia Minas. Ele avaliou o resultado do primeiro turno em Minas Gerais e fez uma análise geral das eleições.
Na disputa ao governo do estado, Romeu Zema (Novo) cresceu na reta final e ultrapassou os adversários. Com 100% das urnas apuradas, ele teve 4.138.905 votos (42,73% dos votos válidos) e Antonio Anastasia (PSDB) teve 2.814.466 votos (29,06%). Os dois vão disputar o segundo turno.
“Zema tem algumas características que pode explicar esse crescimento. O primeiro é o perfil, o empresário, o novo na política, o que os brasileiros têm buscado recentemente. De outro lado, o seu nome é uma marca, o grupo Zema muito forte. Então, o mineiro já conhecia a marca Zema por outros caminhos que não a política. Depois ele surfou na onda de rejeição ao PT e ao PSDB. Então, ele pega um pouco da crítica aos maiores partidos. E por fim, ele se alia com Jair Bolsonaro”, disse o cientista polícia.
Segundo Camargos, a crescida na reta final impressiona e pode ser justificada por essa conjunção de fatores e pela visibilidade no debate. “É muito impressionante essa crescida na reta final e ele tem razão, foi exatamente após o debate aqui na emissora que ele dispara”, afirma.
De um modo geral, segundo Camargos, o eleitor busca novidade e um resultado diferente na sua vida.
“É uma eleição de novidade, de endireitamento da política, e é o eleitor fazendo uma aposta nova. Uma aposta ainda muito incerta, uma aposta que o eleitor ainda não tem muito ideia de aonde vai levar”, disse.
Ele também avaliou o desempenho de Dilma e do PT que não conseguiu se eleger ao Senado por Minas Gerais, apesar de ter liderado as pesquisas de intenção de voto.
“Exatamente essa imagem de rejeição aos grandes políticos, ou seja, os cargos majoritários aonde o eleitor tem pouco contato com os políticos, o desempenho do PT foi aquém do esperado. No legislativo não, aonde o eleitor consegue ter proximidade, consegue acompanhar a vida do seu representante, o PT conseguiu se sair bem”, avaliou.
Ainda segundo o especialista, nas pesquisas para Senado, o eleitor acabou escolhendo o mais conhecido, mas depois mudou o voto.
“Ao ver aquelas opções, acaba escolhendo o mais conhecido. E não há dúvidas que tendo uma ex presidente na disputa aquele nome era o mais conhecido do eleitor. Mas chegando a hora, hora que chega as colinhas dos vários candidatos, o eleitor acabou refletindo e deixando Dilma então que estava em primeiro ocupando o quarto lugar na disputa no estado”, considerou.
Sobre a composição do Legislativo, disse que a renovação ficou dentro do esperado, mas seguiu tendências, formando uma bancada de perfil conservador.
“A renovação não foi acima da média de outras eleições. Na verdade, a renovação já é alta no Brasil. Agora, ela foi um pouco diferente. A renovação ela vai maior em três tendência. Pessoas ligadas à segurança tiveram desempenho bem maior do que tiveram em outras eleições, pessoas ligadas aos empresários, ou seja, o partido Novo conseguindo fazer também bancada significativa na Assembleia e na Câmara dos Deputados e também uma bancada evangélica mais forte nesta eleição. [...] Um perfil mais conservador sem dúvida nenhuma”, disse.
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