A Praça Tiradentes, no Centro de Teófilo Otoni, ganhou um novo morador. Os bichos preguiça já viraram símbolo do local e um novo filhotinho nasceu para agregar a família.

Os primeiros momentos de vida do filhote com a mãe foram registrados pelo fotógrafo e ambientalista Ronil Vagner Araújo. Frequentador assíduo da Praça Tiradentes, as lentes deles sempre registram os moradores ilustres do local.

“Elas chamam muita atenção, todos gostam de olhar para elas. No dia do nascimento a mãe e o filhote estavam no chão e eu pude filmar. Mas o importante também é cuidar, quando vejo qualquer situação diferente, aciono a Polícia Militar de Meio Ambiente para conferir”, aponta o fotógrafo.

Atualmente cerca de dez preguiças habitam a praça, na maioria machos. Pelo comportamento calmo e aparência singela, elas atraem muitos olhares, mas a veterinária Lídia Roedel ressalta que os animais são silvestres e, portanto, têm características que devem ser respeitadas.

“Esse é um animal feito para viver na natureza. Por já estarem na praça há muitos anos, eles já têm certa adaptação ao ambiente urbano, mas é preciso destacar que eles possuem hábitos de animais silvestres que precisam ser respeitados. E não se dever dar pipoca, bala, comidas de criança, pois esses alimentos não são adequados para eles. Mas o principal é não tentar encostar na preguiça, porque o cheiro do humano fica impregnado no animal, que pode sofrer rejeição dos demais membros do grupo por conta da diferença de odor”, explica a veterinária.

Ainda de acordo com a veterinária, as preguiças ficam no topo das árvores, mas a cada sete dias elas precisam descer para fazer suas necessidades fisiológicas. Nessas horas, é importante respeitar o espaço do animal e não tentar aproximação.

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    “O contato com humanos pode ocasionar estresse nos animais. Dependendo da situação, o estresse pode baixar a imunidade, o que os deixa vulnerável a doenças. Então, de forma indireta, isso pode levar até a morte desses bichos. É importante que a população tenha conhecimento disso, para que possamos preservar a saúde das preguiças que habitam a praça”, destaca Lídia Roedel.

     

    Pesquisa
    Em janeiro, quatro preguiças da Praça Tiradentes foram capturadas pelo Corpo de Bombeiros e encaminhadas para clínica veterinária, onde tiveram sangue recolhido para ser analisado em pesquisa desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

    Na época, a veterinária Lídia Roedel foi a responsável por colher o sangue dos animais. Ela conta que a pesquisa tinha como objetivo conferir se as preguiças da praça possuíam algum tipo de parasitas, mas os exames deram negativo.