Grupo é preso ao tentar fraudar concurso da PM
Os candidatos foram flagrados com uso de ponto eletrônico durante as provas, que foram realizadas nesse domingo
O concurso da Polícia Militar (PM), realizado nesse domingo, foi alvo de uma tentativa de fraude em Montes Claros, na Região Norte de Minas, com o uso de ponto eletrônico para o repasse das respostas das questões. Cinco pessoas suspeitas de envolvimento com a ação fraudulenta foram presas pouco depois de iniciada a aplicação das provas. O comando regional da PM garante que, devido à rápida descoberta do esquema e à prisão dos suspeitos, não houve nenhum prejuízo ao concurso e aos candidatos.
O concurso foi aplicado após impasse na Justiça por causa da exigência de curso superior, questionada pela Defensoria Publica de Minas Gerais, que chegou a conseguir uma liminar, suspendendo o certame. A liminar foi cancelada pelo presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), desembargador Nelson Missias de Morais, que garantiu a realização do concurso, com o total de 58.116 candidatos, disputando 1.560 vagas. Em Montes Claros, fizeram os testes 5.937 candidatos.
Segundo a PM, a tentativa de fraude foi descoberta após um candidato, de 29 anos, ser flagrado com um equipamento de comunicação (semelhante a um cartão magnético) no bolso da camisa e um ponto eletrônico no ouvido no prédio de uma faculdade particular, no Bairro JK. O suspeito revelou quem era o “cabeça” do esquema, um homem de 38, de quem teria adquirido o equipamento.
Os policiais foram até um Bairro Vila Regina, onde o mentor da fraude foi preso. Durante as buscas no local, foram encontrados dispositivos eletrônicos receptores “simulacro de cartão magnético”, um aparelho celular e uma central de circuito interno de TV.
Na sequência, foram identificados e detidos mais três suspeitos de participação no esquema. Dois candidatos faziam provas no campus da Universidade Estadual de Montes Claros, Unimontes. Segundo a PM, um outro suspeito, preso no Colégio Tiradentes de Montes Claros, seria o “piloto”, responsável por fazer as provas e transmitir as respostas para os demais envolvidos pelo ponto eletrônico. Pela “tarefa” receberia R$ 2 mil. Os equipamentos para a fraude e as respostas eram repassados aos candidatos envolvidos por R$ 10 mil.
O comandante da 11ª Região da Polícia Militar de Montes Claros, coronel Evandro Geraldo Ferreira Borges, assegura que “a referida tentativa não acarretou nenhum prejuízo ao concurso” e que “a ação rápida dos policiais garantiu, ainda mais, a lisura do certamente, com a desarticulação do esquema e prisão daqueles que tentaram fraudá-lo”.