Já está em Minas Gerais o vereador Sincero Ramos de Morais (PTC), suspeito de matar a ex-namorada e o pai dela em maio deste ano em Peçanha, no Vale do Rio Doce. Ele foi preso no sábado (4) em Itaipava (RJ)na casa da mãe de uma ex-namorada dele.

Segundo a delegada Fernanda Dourado, mais de 15 policiais civis de Minas Gerais e Rio de Janeiro participaram da operação para prender cumprir o mandado de prisão preventiva. Ele tentou fugir, mas foi algemado.

O serviço de inteligência da Polícia Civil descobriu que após o crime ele fugiu de Peçanha com ajuda de terceiros e foi para a cidade de José Raydan, sendo levado depois para Sete Lagoas, de onde seguiu para o estado do Rio de Janeiro.

"Três pessoas foram presas ontem no Rio pelo crime de favorecimento pessoal, por darem abrigo para Sincero Morais mesmo sabendo que ele possuía mandado de prisão em aberto. Essas pessoas já foram interrogadas e disseram que ele falava pouco sobre o crime, mas disse que matou para se defender da vítima Afonso Souza, que estaria com um facão em sua direção. O facão foi encontrado na cena do crime, mas a esposa de Afonso, que estava na casa no momento, não reconheceu como um objeto da casa. Esses fatos serão investigados", afirmou a delegada.

O vereador vai responder pelos crimes de homicídio duplamente qualificado e por feminicídío. Fernanda Dourado aponta que ele ainda não foi interrogado para dar a versão dele do crime, fato que deve ocorrer no início desta semana.

As investigações apontaram ainda que Sincero Morais pretendia fugir do país. "Ele tinha o interesse de ir pros Estados Unidos pelo México pela quantia de R$ 70 mil. Ele estava esperando julgamentos judiciais e, se não houvesse decisões de liberdade provisória, ele iria para o exterior pelo México", revelou a delegada. O vereador está sendo conduzido para o presídio de Peçanha neste domingo (5).

O crime
As vítimas Afonso Vilela de Souza, de 62 anos, e Aline Aparecida Souza, de 31, foram mortos com dois tiros cada na noite do dia 6 de maio deste ano. Testemunhas contaram à polícia que o relacionamento de Sincero e Aline era conturbado, marcado por términos e reconciliações.

"Eles estavam terminando o relacionamento por histórico de agressão e traições. A vítima Aline não queria mais o relacionamento e ele insistia com a desculpa de ver a filha. No dia, ele ligou várias vezes para a residência e a família não queria deixar porque estavam com medo dele, mas de tanto insistir o pai de Aline entregou a criança no colo de Sincero. Nisso ele tacou a própria filha no chão e já empurrou o seu Afonso e efetuou os disparos. A vítima Aline, que estava em outro quarto, saiu e veio em socorro ao pai. A mãe de Aline presenciou a cena e contou que o acusado disse para Aline 'você quer morrer, você vai morrer' e efetuou disparos contra ela. Pai e filha morreram abraçados", apontou a delegada.

A arma utilizada no crime foi uma pistola de calibre 380, que não foi localizada. Sincero Ramos não possuía autorização para portar arma de fogo.