Uma caminhonete da Fundação Nacional do Índio (Funai) foi incendiada na tarde desta quinta-feira (7) durante um protesto que reuniu cerca de 190 índios em Governador Valadares. Os manifestantes se concentraram em frente ao Distrito Sanitário Especial Indígena de Minas Gerais e Espírito Santo (DSEI). De acordo com o grupo, o ato teve objetivo de reivindicar melhorias na áreas da saúde em aldeias de Minas Gerais e Espírito Santo.

Um dos representantes dos índios tupiniquins, o cacique Toninho, da Aldeia Comboios de Aracruz (ES), afirma que antes de realizarem a manifestação, os representantes indígenas tentaram todo tipo de diálogo com a Funai e com representantes do Ministério da Saúde, mas não tiveram retorno.

Ainda segundo Toninho, caso a direção da atual Secretaria de Saúde Indígena não responda ou dê um posicionamento ás reivindicações, eles permanecerão no local. “Estamos aqui há 11 dias e estamos reivindicando o direito à saúde dos índios do município de Aracruz e de outras cidades que passam por um descaso com a falta de combustíveis e de veículos para a saúde, convênios e outros descasos com nossa população. Já encaminhamos uma pauta com as reivindicações para melhoria do atendimento da saúde em nossas regiões mas ainda não tivemos nenhum retorno”, afirma.

Durante o protesto os manifestante também colocaram fogo em pneus, interditando parte da via. A Polícia Militar esteve no local e negociou a liberação da rua com os indígenas.

"Por parte da PM a conversa foi bem transparente e eles demonstraram o manifesto e as reivindicações deles. Eles não demonstraram a necessidade de uso de força. A questão deles é a nível federal e já encaminhamos para os órgãos responsáveis uma notificação para que eles façam uma mediação entre os índios e o Ministério da Saúde. Enquanto a segurança urbana e pública compete a Polícia Militar e através da negociação pedimos a eles que liberassem a via e o veículo será retirado", comenta o tenente da PM, Fausto Machado.

Até a publicação desta matéria, o Ministério da Saúde não se posicionou sobre o protesto e as reivindicações dos indígenas. Apesar da liberação da via, os índicos seguem com o protesto em frente a sede do Distrito Sanitário Especial Indígena de Minas Gerais e Espírito Santo.