A greve de caminhoneiros em protesto pela  alta do diesel já afeta o abastecimento dos postos de combustíveis no Vale do Jequitinhonha, sobretudo em Araçuai,  maior cidade do Médio Jequitinhonha, onde desde a noite de quarta-feira (23) os postos já estavam com  suas reservas se esgotando. Até o final da manhã desta quinta-feira (24) apenas um posto na região central estava abastecendo . “ O  estoque está acabando”, informou um frentista. “ Estamos limitando 50 litros para carros e 20 para motos. Mas até o início da tarde já não mais teremos gasolina”, disse ele.

A cidade possui 5 postos. Em apenas três ainda era possível encontrar diesel, cujo preço estava variando de R4,14 a R$ 4.99. A gasolina estava sendo vendida a R$ 5.20.

Pelo 4º dia seguido, caminhoneiros  realizam nesta quinta-feira (24) protestos em rodovias federais e estaduais, além de vias importantes em 23 estados do país mais o Distrito Federal. Os atos são contra a disparada do preço do diesel que faz parte da política de preços da Petrobras, em vigor desde julho.

Em resposta aos protestos, a Petrobras anunciou redução de 10% no preço do diesel nas refinarias e que a medida deve valer por 15 dias. A redução representa menos R$ 0,26 no litro do combustível.

Alguns atos ocorrem diante de refinarias, impedindo a saída de caminhões-tanque. O movimento já começa a afetar o abastecimento de combustíveis em algumas regiões, e o preço de alguns alimentos aumentou nos entrepostos.

“ Se o movimento continuar, só teremos combustível na próxima semana; porque os caminhões não abastecem no fim de semana”, informaram os  funcionários dos postos de combustíveis da região central de Araçuai;.

A greve não chegou a afetar o transporte aéreo na cidade. A empresa Voe Minas que faz dois voos semanais para Belo Horizonte,( terças e quintas-feiras) operou normalmente. Inúmeros voos estão sendo cancelados por falta de gasolina nos aeroportos.

 

Há 330 pontos de rodovias interditadas pelo movimento de paralisação dos caminhoneiros contra o aumento no preço dos combustíveis em 23 Estados. O balanço foi divulgado na manhã desta quinta-feira, 24, pela Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam). A entidade diz que apenas quatro Estados - Amazonas, Acre, Amapá e Rio Grande do Sul - não têm estradas interrompidas nesta quinta-feira.

 

Quem está organizando as manifestações

 

Não existe uma organização que possa ser apontada como líder da paralisação - na verdade, a proposta de greve começou a circular de forma espontânea em redes sociais e grupos de WhatsApp de caminhoneiros. Mas uma das principais entidades envolvidas é a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), que congrega a maioria dos sindicatos de motoristas autônomos.

 

Outros sindicatos de caminhoneiros se juntaram aos protestos ao longo dos dias, como a Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam) e a União Nacional dos Caminhoneiros do Brasil (Unicam). O movimento acabou engrossado pelos caminhoneiros de frota também - isto é, por aqueles que são contratados, com carteira assinada, por transportadoras