Familiares da proprietária de um prédio na rua José Antonio Araújo em Araçuai, no Vale do Jequitinhonha (MG) vão acionar a administração municipal na Justiça, após a retirada de seis mudas da espécie quaresmeira, que foram plantadas por eles no local.

Eles estão perplexos e revoltados diante da atitude da secretaria municipal de Desenvolvimento Urbano,em determinar  a retirada das árvores realizada na semana passada por  uma equipe da prefeitura. O caso gerou polêmica na internet e dezenas de comentários de internautas indignados com o fato.

Entenda o caso

Quem transita pela rua José Antonio Araújo, a mais movimentada da região comercial da cidade,  pode perceber a falta de arborização  no local.  A rua é asfaltada e em dias de sol a pino; os transeuntes se protegem procurando as sombras das marquises das lojas.

Tal como a fábula do beija-flor que diante de um incêndio na floresta, voava até o rio para apanhar gotas de água em seu bico para apagar o fogo e assim fazer a sua parte; a proprietária do  prédio , decidiu plantar  seis árvores da espécie “ quaresmeira” em frente ao imóvel dela; na referida rua. O caso gerou uma grande polêmica, após a prefeitura arrancar as mudas das árvores na noite da última quarta-feira (16). No entanto, não removeu uma outra espécie plantada do outro lado da rua.

De acordo com Camilo Alves Marinho, 47 anos, cunhado da responsável pelo plantio  das árvores e  morador vizinho ao prédio, a prefeitura errou. “Houve um projeto paisagístico e planejamento para o plantio, aliado aos custos com a colocação das grades de proteção. Queremos saber qual o destino das árvores e se elas  foram plantadas em outro local. A prefeitura não é proprietária do material. Ela vai agora arcar com os prejuízos?”, argumenta Marinho que registrou um boletim de ocorrência do fato. “ e por que não arrancaram a outra árvore que estava do outro lado? Indaga o morador.

Desde a manhã de sexta-feira (19) centenas de comentários tomaram conta das redes sociais, condenando a atitude da prefeitura.

Mas a história começou  em 23 de abril passado, quando se iniciou uma verdadeira batalha entre a proprietária do imóvel e a prefeitura . Um fiscal de posturas esteve no local e fez a notificação alegando que o ajardinamento e arborização de praças e vias públicas, são atribuições exclusivas da prefeitura.

Foi solicitado que a proprietária Maria Meira de Fátima Marinho,  comparecesse à prefeitura para regularizar a situação e retirasse as árvores. Ela preferiu enviar uma nota de esclarecimento ao prefeito; explicando que o plantio havia sido feito dentro das técnicas adequadas e que as mesmas não fossem retiradas. “ Nunca causei nenhum tipo de transtorno à administração pública. Ao contrário; estou dia após dia empenhada e fazendo minha parte, pagando meus impostos e gerando renda e trabalho. Tive a iniciativa de plantar estas árvores em frente à minha residência, e por se tratar de uma quantidade pequena não imaginei ser necessário procedimento junto à administração”; argumentou Maria Meira.

Em ofício encaminhado a ela no dia 4 de maio, a engenheira Maria Lúcia Ferreira de Sousa, secretária municipal de Desenvolvimento Urbano, alegou que qualquer cidadão pode plantar árvores, desde que sejam obedecidas as normas de como e onde plantar e solicitou a retirada das mesmas do leito da rua e as replantasse na calçada em frente ao prédio. A proprietária não acatou a solicitação.

Nada a declarar

Procurada pela reportagem desde a última semana, a prefeitura, através da Assessoria de Comunicação não se pronunciou, tampouco informou para onde foram levadas as mudas de quaresmeiras e as grades que as protegiam.