Cidade de Almenara entre as melhores do estado em administração pública
Fato que vem refletindo no Estado de Minas Gerais, onde Almenara é vista como exemplo em gestão pública
O governo Fernando Pimentel (PT) considera que a Cidade Administrativa, inaugurada em 2010, ao custo de R$ 1,3 bilhão, traz prejuízos para a administração pública. E em fevereiro começou o esvaziamento de um dos principais prédios do complexo, o Edifício Tiradentes. Enquanto o empreendimento no Bairro Serra Verde, na Região Norte de Belo Horizonte, é visto como problema pelo governo, prefeituras do interior de Minas investem na transferência das repartições públicas para um único local. É o caso de Araxá (Alto Paranaíba), Divinópolis (Centro-Oeste), Montes Claros (Norte de Minas) e Diamantina e Almenara (Vale do Jequitinhonha).
A economia de recursos, com eliminação de despesas de aluguel, e a facilidade para o cidadão diante da concentração de diversos serviços públicos são as principais vantagens apontadas pelas prefeituras para os investimentos na construção dos centros administrativos. Almenara, com 41,552 habitantes, optou pela utilização de um prédio em desuso onde funcionava a Escola Estadual Angelina Nascimento.
Com investimento de R$ 100 mil reais na reforma, hoje o município economiza cerca de R$ 15 mil reais/mês com despesas de alugueis. O espaço abriga as secretarias de Educação; Assistência Social; Agricultura e Meio Ambiente e os seguintes órgãos: Instituto Estadual de Floresta (IEF); Junta de Serviço Militar; Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG); Procon municipal; Defesa Civil; PPA — Programa de aquisição de alimentos; Administração do Transporte Escola e o Instituto Brasileiro de Estatista (IBGE).
Para o prefeito Ademir Gobira, que teve o apoio do deputado Dr. Jean Freire (PT) na realização deste grande projeto, o Centro Administrativo vem ajudando na economia de recursos públicos e tempo de locomoção para os usuários. Órgãos e secretarias podem manter um trabalho sincronizado, facilitando e agilizando as prestações de serviços. “Pelo princípio da eficiência, temos seguido à risca algumas diretrizes para melhor servir a nossa população tão sofrida” disse o prefeito.
Araxá, com 102 mil habitantes, optou pela construção de uma cidade administrativa em terreno de 8.620 metros quadrados. “Com a convergência das atividades fica mais fácil administrar. O exemplo mais palpável no Brasil foi a construção de Brasília”, afirma o prefeito Aracely de Paula (PR).
O Centro Administrativo, no Bairro Guilhermina Vieira Chaer, foi projetado para abrigar 11 secretarias em sete prédios, além da estrutura do gabinete do prefeito. Junto ao complexo foram instaladas a sede da Câmara Municipal, o Centro de Atenção à Criança e uma unidade de pronto atendimento (UPA). As obras ainda foram concluídas, mas a maioria dos prédios já é usada. Começaram em 2010, na gestão do prefeito Jeová Moreira Costa (PDT), com custo estimado de R$ 18 milhões. A previsão era para conclusão em 2011, mas foram interrompidas por problemas estruturais e para adequação dos projetos.
Irregularidades
Jeová foi reeleito em 2012, mas foi cassado pela Justiça Eleitoral em novembro de 2014, por irregularidades em sua campanha. Segundo colocado no pleito, Aracely assumiu e foi reeleito em 2016. As obras ficaram paradas até agosto de 2017, após os projetos estruturais terem sido refeitos “com o objetivo de otimizar os serviços e reduzir custos”, informou a prefeitura. Agora, estão em fase de acabamento com a construção da última etapa do projeto, o prédio do gabinete do prefeito, que deve ser concluído em maio. O espaço também abrigará a Secretaria de Governo, a Ouvidoria, a Procuradoria-Geral, a assessoria de comunicação e auditório para 100 lugares.
Divinópolis pode expandir sua sede
Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, com 234 mil habitantes, optou também por centralizar os serviços públicos em sede única. O Centro Administrativo começou a ser construído em 2011, na gestão do prefeito Wladimir Azevedo (PSDB) e foi inaugurado em dezembro de 2016, com investimento de R$ 20 milhões, segundo a prefeitura. A sede tem prédio de cinco pavimentos em área de 7.500 metros quadrados, onde estão instalados os gabinetes do prefeito e do vice, quatro secretarias municipais (Administração, Desenvolvimento Econômico, Fazenda e Governo) e outros setores, como Protocolo, Controladoria Geral, Ouvidoria, Procuradoria-Geral e Procuradoria Adjunta Fazendária.
A atual administração diz que o espaço conta com a fundação para construção de um segundo edifício para abrigar outras pastas, mas ainda faltam recursos para construir o novo bloco. Ainda que a obra não tenha sido inaugurada na sua gestão, o prefeito Galileu Teixeira destaca a importância da sede administrativa: “A prefeitura tem casa própria agora. Antes o espaço era alugado. O servidor tem melhor condição de trabalho e o cidadão também tem local melhor para ser atendido”.
Fonte: Jornal Estado de Minas