O Mecanismo, da Netflix, retrata o descaso da Copasa
A série O Mecanismo que vem abordando o tema da corrupção, não somente no meio político, mas na própria cultura brasileira, não deixou passar o descaso e oportunismos que vemos no dia-a-dia com as empresas prestadoras de serviços. Um caso muito recorrente em Minas Gerais envolve a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) onde a população e administrações municipais lutam por serviços de qualidade e pela redução da abusiva taxa de esgoto que é cobrado e o serviço não é devidamente executado.
No final do 6.º episódio e nos posteriores é possível ver o Polícia Federal Marco Ruffo (Selton Mello) enfrentando problemas semelhantes bem na porta da sua casa. Um PV (Poço de Visita) entupido alagou a entrada da casa do policial provocando mau cheiro e uma situação desconfortável. E para ficar ainda pior, ao solicitar o serviço de manutenção foi informado da demora e posteriormente envolvido em um jogo de corrupção pelo servidor da empresa da ficção. Fato que o leva a resolver por conta própria o problema.
Como dizem que as telas são o retrato da realidade, este fato comprova o quanto a população é lesada e se sente impotente diante das “grandes companhias” que são de economia mista, ou seja, tem participação do governo, tanto nos investimentos quantos nos altos lucros. E com uma taxa de 90% sobre um serviço que não é devidamente prestado, fica a pergunta: isso também não é um Mecanismo?
William Fróis