Pediatras querem proibir funks Surubinha de Leve e Oh Novinha
Sociedade Brasileira de Pediatria entrou com representação no Ministério Público para banir músicas criticadas por banalizar o estupro
a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) entrou, na última terça-feira(6) com uma representação no Ministério Público da Infância e Juventude do Estado do Rio de Janeiro para coibir a difusão de produtos culturais que façam apologia ao estupro, estimulem o consumo precoce de álcool e drogas e banalizem o corpo e as relações sexuais. O texto menciona produções musicais, editoriais e audiovisuais. Mas ataca mesmo cantores de funk que, recentemente, causaram polêmica pelo teor de suas letras e seus videoclipes, e pede a proibição de suas obras.
As faixas citadas — inclusive com a reprodução das letras — são Só Surubinha de Leve, do MC Diguinho, e Oh Novinha, do MC Don Juan. Outro funk que causou revolta na internet, em janeiro, foi Vai, Faz a Fila, de Mc Denny, que não foi lembrado no manifesto do SBP. Os versos diziam, sem filtros: “Vou socar na tua b***** sem parar. E, se você pedir pra mim parar, não vou parar. Porque você que resolveu vir pra base transar. Então vem cá, se você quer, você vai aguentar”.
Tanto Vai Faz a Fila quanto Só Surubinha de Leve foram alvo de uma nota de repúdio emitida em conjunto pela Secretaria Nacional de Política para Mulheres e o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. “Para apuração e responsabilização quanto aos possíveis crimes praticados, a SPM solicitou ao Ministério Público Federal e ao Fórum Nacional de Juízes de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher providências cabíveis”, diz o texto, divulgado na quinta-feira. “A música é uma manifestação cultural legítima, mas não pode ser ferramenta incentivadora de crime, sendo necessária a tomada de providências legais contra autores, interpretes e divulgadores.”
Tanto o Spotify quando a Deezer são abastecidos pelas próprias gravadoras e distribuidoras, responsáveis por adicionar ou retirar as canções. Ao saber do conteúdo de Só Surubinha de Leve, ambas as plataformas avisaram a distribuidora, que tirou a faixa do ar. A canção também foi excluída da página do YouTube Legenda Funk, onde tinha 14 milhões de visualizações. O mesmo pedido foi feito para a distribuidora de Vai, Faz a Fila.