ma apreensão de produtos de uma vendedora ambulante se transformou em um protesto na tarde desta terça-feira (10) em Governador Valadares (MG). Segundo testemunhas, policiais militares acompanhavam fiscais da Prefeitura em ação no Centro da cidade. A manifestação começou após uma das bancas ter os produtos apreendidos.

Foi a banca de óculos de Maria Madalena Aguiar, que teve os itens apreendidos pelos fiscais. Ela afirma que foi ameaçada por um policial.

“Os policiais e a fiscalização passaram por mais de 20 bancas, foram na minha banca, só na minha. Um policial ali puxou um revólver para mim e falou: 'Você duvida que eu atiro na sua cabeça agora? Fala que duvida que eu vou te matar agora'. Sabe porque fazem isso comigo? Porque eu não aceito covardia com camelô. Tem gente nas bocas vendendo droga e vem polícia prender minhas coisas? A população me defendeu”.

Após a apreensão dos óculos de Maria Madalena, outros vendedores ambulantes decidiram protestar e atearam fogo na banca da mulher. O Corpo de Bombeiros foi chamado para conter as chamas, que não se espalharam nem provocaram maiores estragos.

Depois que foram impedidos de fecharem o trânsito da Rua Israel Pinheiro, o grupo de vendedores ambulantes foi para a porta da Prefeitura, onde continuaram protestando contra a ação. A Polícia Militar também esteve presente e fez a segurança do prédio público.

O tenente Josimar Duarte negou que qualquer ambulante tenha sido agredido pelos militares. “Não houve agressão. A Prefeitura tem feito algumas ações de revitalização do espaço público, reorganização de camelôs, retirada de produtos irregulares do Centro de Valadares, e houve uma insatisfação desses vendedores ambulantes; tentaram fechar a via, não foram autorizados a fechar, mas o protesto é legítimo desde que não prejudique as outras pessoas. Qualquer ato ilegal será identificado pela PM”.

O que diz a Prefeitura
A Prefeitura de Governador Valadares emitiu comunicado sobre o assunto, informando que a fiscalização tinha como objeto os camelôs que comercializam óculos em cumprimento a um Inquérito Civil que tramita no Ministério Público de Minas Gerais desde 2015.

Ainda de acordo com o órgão, uma comissão foi constituída por representantes dos camelôs, poder Executivo e entidades representativas do comércio, sendo acordado prazo para o fim desse tipo de comercialização.

“Com todos os prazos vencidos e não havendo o cumprimento do acordo, houve a necessidade de uma ação por parte do Poder Público. Na tarde desta terça-feira (10), quando os fiscais da Vigilância Sanitária foram a campo, apesar da resistência, foram apreendidos vários óculos - uma vez que o livre comércio de produtos óticos pode fazer com que o consumidor tenha problemas sérios na visão”, informou o comunicado.