Hospital Nossa Senhora Auxiliadora reabre maternidade em Caratinga
Treze municípios farão repasses para ajudar custear instituição, que não tem data para voltar a funcionar plenamente; dívida passará por auditoria.
A pós suspender todos os serviçosno fim de agosto, o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora está retomando as atividades em Caratinga (MG). Nesta segunda-feira (9) foi explicado em coletiva de imprensa sobre a retomada parcial das atividades na unidade de saúde.
Segundo a diretora interventora da instituição, Flávia Eugênia, foi reaberta a clínica médica e a maternidade, mas esta ainda não está atendendo pacientes de risco. “Abrimos a maternidade para as parturientes que não necessitarão de UTI e para os bebês que não necessitarão de UTI neonatal. Hoje esse é o fluxo: urgência e emergência vai pra UPA, a retaguarda legal da UPA é o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora”.
A diretora explica que existe a intenção de reabrir as demais alas, como a cirúrgica, pediatria e UTI's, mas a retomada do pleno funcionamento do hospital vai depender de uma comissão formada pelos representantes dos 13 municípios que são atendidos na unidade. Flávia Eugênia destaca que é a comissão que, ao identificar os setores que possuem maior demanda da população, poderá indicar a retomada dos demais serviços.
Dívidas
Com dívida de mais de R$ 35 milhões, o hospital terá contribuição dos 13 municípios para o custeio das atividades. Cada município fará repasses de R$ 1 per capita, sendo que Caratinga, por ter população de quase 100 mil habitantes, fará repasse de R$ 91 mil por mês.
De acordo com o secretário municipal de saúde de Caratinga, Vagner Barbalho, os repasses dos municípios serão somados aos recursos enviados pelo Estado e União, mas ainda assim os recursos não serão suficientes.
“O repasse continua insuficiente para o hospital funcionar na sua plenitude. Falta em torno de R$ 500 mil, mesmo com os recursos dos municípios. Por isso nesse primeiro momento voltamos com a maternidade, que é mais do que tínhamos até sábado. As gestantes de risco habitual serão atendidas aqui e as de alto risco no Hospital Márcio Cunha, que sempre foi a referência para toda a macro região de saúde”, aponta o secretário.
O prefeito de Caratinga, Wellington Moreira, também participou da coletiva e afirmou que a dívida do hospital está passando por uma auditoria, formada por comissão mista com representantes do Executivo e Legislativo Municipal. Acredita-se que tenha havido desvios de recursos.
“Dos últimos oito anos para cá, o hospital pulou de uma dívida de R$ 4 milhões para mais de R$ 30 milhões. A gente entende que é impossível que isso aconteça, apesar de entendermos a deficiência de repasses que estavam acontecendo para o hospital. A gente tem certeza absoluta que houve desvios e vamos buscar responsabilizar, doa a quem doer”, concluiu.