IMA vistoria 225 granjas avícolas comerciais em Pará de Minas e região em ação preventiva à influenza aviária
A operação contemplou todas as granjas com cerca de 800 galpões que abrigam 14 milhões de aves.
O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) concluiu neste mês a segunda etapa da força-tarefa realizada junto às granjas em Pará de Minas, região Centro-Oeste do estado. A primeira etapa ocorreu na primeira quinzena de junho deste ano. Durante a força-tarefa 20 médicos veterinários do IMA vistoriaram cerca de 225 granjas avícolas comerciais ativas, o que correspondeu a aproximadamente 800 galpões com 14 milhões de aves alojadas. Pará de Minas é uma das regiões onde se concentra o maior número de granjas avícolas de todo o estado e é um importante polo produtor de avicultura de corte.
A vistoria nessas granjas consistiu em ação preventiva para manter a sanidade do plantel, com o objetivo de verificar em cada um desses estabelecimentos a adoção correta das medidas mínimas de biosseguridade exigidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) desde 2007, como forma de prevenir o surgimento de focos de doenças no plantel avícola, especialmente a influenza aviária. A coordenadora no IMA do Programa Estadual de Sanidade Avícola, médica veterinária Izabella Hergot lembra que a Instrução Normativa 08/2017 publicada pelo Mapa estabelece que as granjas terão até fevereiro de 2018 para se adequarem às medidas de biosseguridade ou não poderão mais alojar aves.
O diretor-geral do IMA Marcílio de Sousa Magalhães ressalta que o Brasil, assim como os estados, estão em permanente alerta e vigilância principalmente quanto à influenza aviária, doença que tem dizimado a produção avícola de diversos países. “Essa força-tarefa é mais uma ação de reforço que o IMA realiza junto aos produtores rurais para que estejam atentos às medidas de biosseguridade que, na prática, são medidas de segurança contra a influenza aviária e outras doenças que podem vir a acometer os planteis”, diz.
Minas Gerais é o maior exportador brasileiro de ovos de consumo, respondendo por 40% das vendas externas do produto em 2016, de acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Proteína Animal (ABPA).
Biosseguridade - Entre as medidas de biosseguridade exigidas estão a distância mínima exigida entre granjas comerciais e de reprodução; a colocação de tela protetora que impeça a entrada de pássaros, animais domésticos e silvestres no interior dos galpões; a instalação de cerca de isolamento e o controle e desinfecção e registro do trânsito de veículos, e de pessoas no estabelecimento, controle de pragas e roedores, incluindo a colocação de sinais de aviso para evitar a entrada de pessoas alheias ao processo de produção.
Izabella Hergot avalia a força-tarefa como de extrema importância em virtude da região de Pará de Minas não ter conseguido acompanhar as outras regiões do estado com relação ao registro de granjas.
“Temos nos relacionado com os produtores da região desde 2012 para avançar na conscientização da biosseguridade das granjas. É a região que tem a maior concentração de granjas avícolas, porém poucos estabelecimentos pertencem a grandes integradoras, que são as empresas que possuem todo o sistema de produção de aves de corte. O fato de não estarem subordinadas a grandes grupos comerciais, favorece a resistência dos produtores ao registro, haja vista que eles alegam não terem recurso para investirem nas adequações sanitárias. Diante disso, na força-tarefa, tivemos a oportunidade de nos aproximarmos desses produtores e de mostrarmos a verdadeira importância do registro das granjas avícolas”, argumenta Izabella Hergot, ressaltando que o Brasil está em estado de alerta para evitar a entrada do vírus causador da influenza aviária no país, principalmente depois dos focos registrados em granjas do Chile e dos Estados Unidos no primeiro semestre deste ano. “A proximidade das fronteiras entre esses países e o processo natural de migração de aves entre os continentes são situações de risco que aumentam a necessidade de medidas preventivas”, diz.
Força-tarefa - Vinte médicos veterinários participaram da força-tarefa do IMA. A fiscal agropecuária e médica veterinária do IMA Laura Canêdo explica que foi feito levantamento da real situação frente aos registros, além de realizadas orientações aos produtores locais de forma mais homogênea. “Informamos a importância da adoção das medidas de biosseguridade, da efetivação do registro e das adequações nas granjas, além da solução para documentação pendente. A força-tarefa foi exclusivamente educativa. A operação se deu em duas semanas de trabalho intenso em que os produtores tiveram a oportunidade de receberem orientações durante as vistorias”, observa.
O fiscal assistente do IMA Rogério Soares participou pela primeira vez da força-tarefa auxiliando os médicos veterinários do IMA presentes na operação. “Foi de grande aprendizado porque pude conviver por uma semana com profissionais de alto conhecimento sobre avicultura. Vejo que é necessário um empenho dos próprios produtores e dos responsáveis técnicos em auxiliá-los na melhoria das estruturas das granjas”, analisa.
A fiscal agropecuária e médica veterinária do IMA Lucilla Imbroinise Azeredo disse que participar da força-tarefa em Pará de Minas foi “uma experiência ímpar e gratificante”. “É um sentimento de trabalho muito intenso. Fazer este diagnóstico com nossas forças unidas em prol de um único objetivo nos faz seguir confiante de que estamos no caminho certo. A partir deste diagnóstico será possível adotar medidas específicas para as propriedades, caminhando para a totalidade de registros avícolas das granjas em todo o estado de Minas Gerais”.