Morre morador do Vale do Aço em acidente na Fábrica da Gerdau em Ouro Branco
Empresa confirma dois mortos até o momento, mas familiares comentam possibilidade de vítimas soterradas e especulam que há um terceiro morto no acidente.
Queimaduras pelo corpo e lesões nas vias respiratórias causadas pela inalação de fumaça tóxica. Esses são os ferimentos das 10 vítimas da explosão em uma usina da Gerdau, em Ouro Branco, na região Central de Minas. O acidente aconteceu na manhã desta terça-feira (15/08), por volta das 11h, e matou outras duas pessoas: um funcionário da própria empresa e outro terceirizado.
Um dos mortos foi identificado como Cristiano Rodrigues Marcelino, de 35 anos, funcionário da Convaço, uma empresa que presta manutenção para a Gerdau. Conforme levantamento preliminar ele seria morador do Bairro Amaro Lanari em Coronel Fabriciano, e era casado. O outro morto é funcionário da Gerdau, mas ainda não teve a identidade divulgada.
Entre os 10 feridos, quatro estão em estado grave e, por isso, foram encaminhados para hospitais de Belo Horizonte. Dois deles para o João XXIII, um para o Felício Rocho e outro para uma unidade de saúde da Unimed. Os demais permanecem no Hospital Fundação Ouro Branco.
Um funcionário da Convaço, que não quis se identificar, disse à reportagem de que estava na siderúrgica quando houve a explosão. Ele correu para o coqueria 2, local onde aconteceu o acidente, e disse ter entrado no subsolo para resgatar os colegas.
Com as roupas sujas de sangue e cinzas, ele contou que a maioria dos trabalhadores foram retirados rapidamente do local. Mas alguns familiares no hospital de Ouro Branco comentaram que ainda haveriam pessoas soterradas e chegaram a falar em um terceiro morto. As informações não foram confirmadas pela Gerdau.
Um representante do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Construção Civil, Edificações, Mobiliário e Montagens Industriais do Alto Paranaiba (Sindconstrumonti) - que representa os trabalhadores de montagem -, Geraldo Magela, diz que já tinha feito vários comunicados à Gerdau sobre a falta de manutenção das instalações e a precarização das relações de trabalho.
"Tem muita terceirização, são poucos os funcionários da Gerdau mesmo. Direto acontece acidente menor lá dentro, mas ninguém fica sabendo", afirmou Magela.