Moradores do Conjunto Habitacional Morada Feliz, em Araçuai, no Vale do Jequitinhonha, não estão  nada satisfeitos  com a situação de descaso e abandono a que foram relegados pela administração do eventual prefeito, Armando Paixão (PT). Eles reclamam  sobre as condições precárias   do conjunto.

As casas, entregues às 50 famílias pela Cohab e prefeitura em  7 de novembro de 2014, já apresentavam à época,  uma série de problemas de infraestrutura. Goteiras, torneiras que não funcionavam, portas empenadas, vazamentos nas caixas d´água, além dos transtornos provocados pela falta de calçamento, galeria pluvial e desnivel das ruas. No período da seca é a poeira e durante as chuvas, a lama, lembram os moradores.

De lá para cá, pouca coisa mudou. “ Sofremos com o descaso da prefeitura. Estamos jogados às cobras”, afirmam os moradores.

A maior reclamação é com a coleta de lixo. “ O caminhão não passa nas ruas centrais, mas apenas nas laterais do conjunto”, conta Ornelito Rodrigues dos Santos, de 41 anos, morador da rua G.  Para ele, o ideal é que a prefeitura instale tambores em pontos estratégicos.

O caminhão de coleta passa às terças, quintas-feiras e sábados. " Mas só pegam o que estiver nas sacolas. Aqui é preciso um mutirão de limpeza, para retirar os entulhos que são jogados por moradores de outros bairros", acrescenta Ornelito.

Apesar do caminhão passar pelas laterais, o acúmulo de lixo e entulho nesses locais é vergonhoso.

Na tarde de quarta-feira (2) crianças inocentes e indiferentes ao perigo; soltavam pipas em meio ao lixo

Moradores denunciam ainda que há muitos cães doentes vagando pelas ruas.

“ Já pedimos  para que o pessoal da zoonose venha aqui para recolher os animais doentes , mas até hoje, não fomos atendidos”, disse uma aposentada que pediu para não ser identificada.

Ela  conta  que os animais contribuem com a sujeira, além de colocar em risco, a saúde das pessoas. “ Colocamos os sacos com o lixo nas nossas portas e os cães rasgam tudo”, reclama a mulher.

MEDO

Mas outros problemas também rondam os moradores, principalmente os da rua F, com São Francisco de Assis. Crateras provocadas pela extração de terra para fabricação de tijolos e telhas, já se aproximam das casas. " A minha casa pode ser a primeira a ser atingida. Estou assustada. Não sabemos se isso tem licença da prefeitura", destaca a dona de casa, Carleane Sousa Carvalho, de 41 anos e avó de uma criança de 2 meses.

A prefeitura tem adotado uma estratégia com relação aos pedidos de explicações do jornal sobre os problemas do município: " Nada a declarar".

Apesar de contar com uma assessoria de Comunicação, a prefeitura exige que os pedidos passem primeiro pela assessoria jurídica, responsável por pareceres jurídicos relativos aos processos envolvendo a administração.