O Ministério Público Federal (MPF)  pediu a condenação do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), por improbidade administrativa. O MPF entrou com uma proposta de ação na Justiça Federal ainda baseado em informações coletadas durante a operação Acrônimo. Os procuradores afirmam que Pimentel cobrou R$ 12 milhões da construtora Odebrecht.

A propina teria sido exigida para aprovação de seguros de garantia de financiamento de obras na Argentina e Moçambique. Os fatos ocorreram no primeiro mandato de Dilma Rousseff, quando o governador era o então  Ministro de Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior.Além de Pimentel, outras cinco pessoas são citadas na ação pelo mesmo crime. São o empresário Marcelo Odebrecht,  o diretor da construtora João Carlos Maris Nogueira, o então chefe de gabinete de Pimentel no ministério,  Eduardo Lucas Silva Serrano, e os empresários  Pedro Augusto Medeiros e  Benedito Rodrigues de Oliveira Neto, o Bené.

O que motivou as investigações foram informações repassadas por Bené e por diretores da Odebrecht, que firmaram acordo de delação premiada com o MPF.

Segundo as investigações, a liberação da cobertura dos seguros viabilizou negócios de R$ 1,7 bilhão para Odebrecht nos dois países. As obras foram um soterramento de linha férrea em Buenos Aires e um corredor de ônibus em Maputo.

O acerto dos pagamentos teriam sido realizados em três encontros  três encontros, em Brasília, entre Fernando Pimentel e Marcelo Odebrecht. Essas reuniões ocorreram  entre 2012 e 2013.

O MPF afirma que o pagamento da propina feito feito em espécie, em pelo menos oito parcelas. Bené era quem fazia a intermediação  para entrega do dinheiro junto ao diretor da construtora João Nogueira. 

"Cada entrega correspondeu à quantia de, pelo menos, quinhentos mil reais em espécie, dinheiro que foi transportado por Pedro Augusto para Brasília (DF) e estocado por Benedito, atendendo às determinações de Fernando Pimentel", afirma um dos trechos da ação.

A ação explica que o dinheiro foi utilizado para o pagamento de despesas pessoais de Pimentel e a outra parte para caixa dois de sua campanha a governador.

A defesa de Pimentel

O advogado de Fernando Pimentel (PT), Eugênio Pacelli, nega todos os fatos e afirma que a acusação erra ao utilizar provas obtidas com delação interessados no processo, como Bené e a construtora Odebrecht.

Se condenado, Pimentel pode ter que pagar multa de até R$ 48 milhões, perder o cargo público e os direitos políticos por até dez anos.