PM evita divulgar caso de militar que atirou em cavalo em Coronel Murta
Responsável pelo atendimento à imprensa em Teófilo Otoni, disse que estava com a cabeça muito quente e não atendeu mais a reportagem.Caso repercute nas redes sociais.
A Polícia Militar evitou divulgar o caso de um policial que atirou em um cavalo após uma cavalgada, em Coronel Murta, região do Vale do Jequitinhonha (MG). Uma discussão com o dono do animal, teria motivado os disparos feitos por um sargento lotado no destacamento da cidade.
A situação ocorreu no final da tarde deste domingo (23), nas proximidades de um posto de combustíveis na entrada da cidade.
Um vídeo que circula nas redes sociais, está causando comoção, revolta e indignação dos internautas. Nele, é possível ver diversas pessoas acariciando o animal, que apresentava sangramento em uma das pernas e o lombo. “ É um animal dócil. Não merecia isso”, comentaram. Até a manhã desta segunda-feira (24) quase 13 mil pessoas já haviam visualizado o vídeo. A maioria dos comentários defende o afastamento e punição do policial. " Os tiros foram disparados nas proximidades de um posto de combustíveis na entrada da cidade. Após o fato, o dono do animal seguiu para o local onde era realizada a festa, e denunciou a ocorrência no palco central.
A PM tentou evitar a divulgação da notícia. “ Como se trata de uma notícia negativa, envolvendo autoridade, precisamos de autorização do Comandante da Unidade, ou do Comando da 15ª Companhia Militar com sede em Teófilo Otoni para divulgar.”, disse o Sargento Ernani Martins, responsável pelo atendimento à imprensa em Araçuai, para onde a ocorrência foi enviada.
Durante toda a manhã desta segunda-feira (24), a reportagem tentou obter sem sucesso as informações. Após prometer divulgar o fato, o Major Rodrigues, lotado no setor de Comunicação da 15ª PM de Teófilo Otoni, evitou a reportagem, desligando o telefone por várias vezes. " Estou com a cabeça muito quente", argumentou o policial.
Segundo testemunhas, após ser alvejado, o cavalo permaneceu no local, e depois retirado pelo proprietário que seria morador em Araçuai , cidade a 47 km de Coronel Murta. Ele não foi localizado porque a PM não informou nem o nome nem endereço dele. O homem participava da cavalgada.
Testemunhas que presenciaram o fato, disseram não entender porque o animal foi alvejado. "Ele não tinha nada a ver, é um bicho pagão. Foi muita covardia. O policial deve ser punido por esta crueldade”, defendem os moradores.
As informações apuradas pela reportagem dão conta que a PM havia recebido denúncia que o cavaleiro estava empinando o animal e fazendo manobras, expondo a riscos a integridade física das pessoas que participavam do evento, no centro da cidade.
Uma guarnição compareceu ao local e advertiu o cavaleiro que, segundo testemunhas, desobedeceu as ordens da PM. Ele deixou o local e foi para um posto de combustíveis no trevo de entrada da cidade, e lá, estaria repetindo as manobras.
A polícia foi até ao posto e lá ocorreu um desentendimento entre o dono do cavalo e os policiais. Foi neste momento que o sargento disparou dois tiros contra o cavalo.
A assessoria de Comunicação da 15ª Companhia Militar baseada em Teófilo Otoni, não informou que providências serão tomadas para apurar os fatos .
O caso foi comunicado pela reportagem, ao Comando Geral da Polícia Militar em Belo Horizonte e à diretoria de Comunicação da PM que prometeu se pronunciar ainda nesta segunda-feira (24).