Um homem suspeito de se passar por policial civil e federal, estaria usando os cargos falsos para tirar vantagem de outras pessoas oferecendo, em troca de dinheiro, investigações clandestinas, grampos telefônicos ilegais e facilidades de acesso aos órgãos de segurança pública. Segundo a Polícia Civil, Valdiro Martins dos Santos, de 35 anos, que há quatro anos fingia ser policial, é investigado por ameaças, extorsão, estelionato e estupro. Ele foi preso na último dia 12 no Bairro Jardim dos Comerciários, na Região de Venda Nova, em Belo Horizonte.

De acordo com a delegada Cristiana Angelini, no momento da prisão, Valdiro teria se apresentado como policial federal aos agentes, porém ao fazer levantamentos na corporação foi confirmado que ele nunca fez parte do quadro de servidores. "No local da prisão foram encontrados uma algema, chave de algema, um distintivo da Polícia Civil e vários computadores, inclusive relatórios de desgravações de interceptação telefônica com logotipo da Polícia Federal”, relatou a delegada.Em uma das denúncias contra o homem à Polícia Civil, uma vítima de Rondônia contou que não estava conseguindo passaporte e visto no município dela, e então solicitou os serviços de Valdiro. "O suspeito prometeu facilitar todos os trâmites, conseguir o visto e passaporte, caso ela pagasse R$10 mil. A vítima portanto veio para Belo Horizonte, ficando hospedada em um hotel no Bairro Funcionários e, após o pagamento, Valdirio passou a não atender mais a vítima e ainda ficou com todos os documentos originais dela, que com muito custo conseguiu a segunda via e retornou para a sua cidade de origem”, disse a delegada.

De acordo com a assessoria da corporação, Valdiro possui diversos registros policiais e é uma pessoa muito violenta. "Em um dos casos que estamos investigando é referente a um estupro cometido pelo suspeito. Ele teria se passado por policial civil e, mediante grave ameaça, obrigou a vítima a manter relação sexual com ele. Também estamos investigando o caso em que ele ameaçou outra vítima, exigindo que ela assinasse um contrato de sociedade com ele”, contou Angelini. O suspeito pode pegar pena de 2 a 6 anos de reclusão.