Os valadarenses foram pegos de surpresa com as temperaturas mais baixas que têm sido registradas na região. Mas se as pessoas buscam se proteger do frio vestindo roupas mais quentes, os animais dependem de quem os aqueça. Cães domésticos contam com seus donos para esta tarefa, mas muitos cães de rua não têm ninguém que cuide deles nessa época.

Pensando nisso, voluntários da Associação de Proteção e Bem-Estar Animal de Governador Valadares (Aprobem) se juntaram para construir casinhas que abriguem os animais e os proteja dos ventos e da chuva. A presidente da entidade Silvana Soares destaca que todo o trabalho foi fruto de doações.

“Uma vez tentamos fazer com caixas de papelão, mas a chuva e pessoas que não estavam envolvidas na causa animal acabavam destruindo, daí desta vez decidimos fazer de madeira. Nós recebemos o material por meio de doação e os voluntários também doaram parte do tempo deles. Eu medi uma dessas casinhas à venda em pet shop e buscamos um modelo que fosse mais prático de fazer, com um telhado reto. Mas foi uma tarefa dura, pois era necessário medir, cortar, colar, encaixar. Nos juntamos em um domingo na minha casa, começamos às 14h e fomos até às 21h para fazer dez unidade”, conta Silvana.

Para serem resistentes, as casinhas tiveram a base feita de palets, enquanto as paredes e o teto são de madeirite. Depois de prontas, a Aprobem entrevistou interessados em recebê-las, desde que se comprometessem a cuidar para que elas permaneçam bem cuidadas para abrigar os animais de rua. A professora Marta Portes foi contemplada e já está a espera da segunda casinha.

“Há um tempo eu cuido de um cão de rua, chamo ele de Caramelo. Temos uma loja aqui na Praça dos Pioneiros e ele sempre está por aqui, daí coloco água e ração, de vez em quando pago para ele ir ao pet shop tomar banho, já cuidei dele quando esteve doente e precisou de tratamento. Agora colocamos a casinha doada pela Aprobem aqui em um canteiro, ele adorou, porque realmente está muito frio”, afirma.

Marta revela ainda que tinha receio de que Caramelo estranhasse o objeto e não entrasse, mas ao ver que a casinha foi bem aceita. Ela pediu outra para abrigar a cadela Tchulinha, que também está sempre por perto. "Teve um dia que estava chovendo, meu coração doeu porque não cabia os dois juntos, mas em breve ela também vai estar protegida".

A presidente da Aprobem revela que ainda há material disponível para fazer mais unidades, mas precisa-se de voluntários, pois a montagem demanda tempo e energia para confeccionar cada casinha.

“Sabemos que não conseguimos atingir todos os animais de rua, mas essa é uma causa que precisa da ajuda de todo mundo. O melhor é que as pessoas envolvidas têm muito comprometimento. Uma dona pediu uma casinha para uma cadelinha que havia tido filhotes e estava na rua, mas devolveu após conseguir lar temporário para a cachorrinha. Com ajuda de mais pessoas podemos fazer ainda mais”, conclui.