Moradores de Bom Sucesso vão à Câmara para pressionar vereadores a reduzir salário em 50%
Os moradores de Bom Sucesso, no Sul de Minas, vão se reunir nesta terça-feira (21) na Câmara Municipal com o objetivo de pressionar os vereadores a reduzir seus subsídios em 50%.
O município, com cerca de 18 mil habitantes, viu na última semana os vereadores aprovarem, em caráter de urgência, o reajuste de 6,58% em seus salários, passando de R$ 5.373 para R$ 5.673. Segundo o Legislativo, a recomposição salarial foi realizada com base no INPC acumulado no ano passado.
A proposta, sancionada na última quinta-feira pelo prefeito Beto (DEM), foi aprovada por sete dos 11 vereadores – três parlamentares foram contrários, e o presidente da Casa, Pedrinho de Macaia (DEM), não vota. A pressão realizada pela população fez com que o vereador Everton do Faquines (PDT) que votou a favor do aumento – elaborasse um projeto que prevê a redução dos salários políticos do Legislativo pela metade, passando para R$ 2.450. Essa proposta está sendo apoiada pelos moradores, que querem que o texto seja aprovado com a redução imediata dos salários. No entanto, a matéria estipula a diminuição somente para a próxima legislatura, em janeiro de 2021. Segundo Everton, a Lei Orgânica do município e o Regimento da Câmara não permitem essa redução imediata. Everton afirma que, se a proposta for aprovada, a economia anual aos cofres públicos será de R$ 320 mil.
“Eu fui, sim, a favor do reajuste, me precipitei em pedir regime de urgência para essa votação e, por isso, peço desculpas ao povo. Eu bati de casa em casa e preguei que, se eleito, iria bater em cima da tecla de reduzir pela metade o salário dos vereadores. Já era uma promessa de campanha minha, mas eu vacilei em ter votado a favor do reajuste e percebi que não tinha um momento melhor do que agora para entrar com o projeto. Vou apresentar amanhã (21) e pedi regime de urgência”, afirmou Everton.
Uma moradora da cidade, que está organizando os protestos e pediu para não ser identificada para não sofrer retaliação, afirmou que Bom Sucesso tem uma série de demandas que não são atendidas porque não tem recurso em caixa.
“O único compromisso deles é de ir à Câmara uma vez por semana. Se pegar um trabalhador que ganha salário mínimo, e trabalha todos os dias, dá revolta um aumento deste para quem trabalha só um dia por semana. E queremos que os salários dos vereadores sejam imediatamente reduzidos para cerca de R$ 2.500. A cidade em peso vai para a porta da Câmara para pressionar os vereadores. A economia anual vai representar muito para a cidade. É um dinheiro que pode ser investido na educação, na saúde, nas pessoas. O valor pode parecer pouco, mas para a cidade pequena representa muito”, disse. (Fransciny Alves)
(Fonte: O Tempo)