Ao todo, o estado registra 1.076 notificações da doença, das quais 57 foram descartadas e 272 são casos confirmados. O atual surto é considerado o maior no Brasil desde 1980, quando o Ministério da Saúde passou a disponibilizar dados da série histórica. Até então, o ano com a situação mais grave havia ocorrido em 2000, quando morreram 40 pessoas.

Os boletins da SES-MG estão sendo divulgados às terças e sextas-feiras. Ele traz ainda o número de municípios afetados. Até o momento, 48 cidades mineiras têm confirmações de transmissão da doença e mais 89 analisam casos suspeitos.

A febre amarela atinge humanos e macacos. A doença é causada por um vírus da família Flaviviridae. No meio rural e silvestre, ele é transmitida pelo mosquito Haemagogus. Em área urbana, o vetor é o Aedes aegypti, o mesmo da dengue, do vírus zika e da febre chikungunya. Segundo o Ministério da Saúde, a transmissão da febre amarela no Brasil não ocorre em áreas urbanas desde 1942. Até o momento, nenhum dos casos em Minas Gerais são considerados urbanos pelos órgãos públicos.

A principal medida de combate à doença é a vacinação da população. O imunizante é ofertado gratuitamente nos postos de saúde por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). A aplicação ocorre em dose única, devendo ser reforçada após dez anos. No caso de crianças, o Ministério da Saúde recomenda a administração de uma dose aos 9 meses e um reforço aos 4 anos.

Macacos

Há duas semanas, a Região Metropolitana de Belo Horizonte confirmou o primeiro caso de febre amarela. A vítima era do município de Esmeraldas (MG) e faleceu em decorrência da doença.

A capital mineira, porém, ainda não tem nenhuma notificação de infecção em humanos. Há algumas semanas, a Secretaria de Saúde de Belo Horizonte informou que cinco moradores foram internados e receberam alta. No entanto, todos eles estiveram em áreas afetadas pelo surto e a hipótese trabalhada é de possível infecção em outros municípios.

Por outro lado, a Secretaria de Saúde confirmou ontem (6) que um segundo macaco encontrado morto na capital mineira estava com febre amarela. O corpo do animal havia sido localizado na região oeste da cidade. No mês passado, um macaco que morreu na região de Venda Nova também teve exame positivo para a doença.

A prefeitura de Belo Horizonte vem realizando algumas ações para evitar que humanos sejam infectados. Entre as medidas adotadas, estão o reforço da vacinação e a interdição do Parque Jacques Cousteau, do Parque das Mangabeiras e do Parque da Serra do Curral.