Após o pai matar as próprias filhas de 3 e 7 anos, a casa em que os crimes aconteceram em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi incendiada por moradores da região, que se revoltaram com o duplo homicídio. Até a manhã desta segunda-feira (13), os corpos das crianças e do pai, que se matou, estavam no Instituto Médico Legal (IML) da capital.

A tragédia aconteceu nesse domingo (12), quando as pequenas Eduarda Gomes Carvalho e a caçula Luísa Gomes Carvalho foram passar o dia com Eduardo Carvalho Campos, de 36. Ele e a mãe das garotas estavam separadas há cinco meses, mas o homem não aceitava o fim do relacionamento.

“A mãe veio buscar as meninas às 15h. Ainda no portão, com uma faca nas mãos, ele puxou a ex-mulher para dentro da casa, mas ela conseguiu se soltar e correr para pedir ajuda. Ao retornar, não encontrou mais o Eduardo em casa, e as meninas já estavam feridas em cima da cama”, disse uma vizinha, sob anonimato.

As vítimas foram socorridas para a Unidade de Pronto Atendimento (UP) Ressaca, mas não resistiram aos ferimentos. Para os vizinhos, Campos, que era considerado uma pessoa fria, premeditou o duplo o homicídio. O agressor morreu após ser jogar na frente de uma carreta na BR-381, também em Contagem.

Ainda não há informações sobre os velórios e sepultamentos dos três. Amigos informaram à reportagem de O TEMPO que, muito abalada, a mãe não comentaria o caso. Já um dos irmãos de Campos, se limitou a dizer que não acreditava que o homem teria a coragem de fazer isso com as filhas.

Moradores atearam fogo no imóvel após confirmação da morte (Foto: Réprodução O Tempo)

Facebook

Em um ato de desespero, a mãe das crianças postou no Facebook a foto do ex-marido morto após o atropelamento com a seguinte mensagem: “E do q adianto depois do q ele fez com elas” (sic). 

Até o início da tarde, a publicação tinha mais de 40 compartilhamentos e várias mensagens de apoio à mãe das garotas.

De acordo com moradores da rua Dezesseis, antes da separação, o casal morava há mais de cinco anos na casa que foi incendiada. A mãe das meninas é manicure, e o homem chegou a trabalhar como auxiliar de produção. Atualmente, ele fazia viagens, mas os vizinhos não souberam informar qual era a sua profissão.

Campos chegou da última viagem na sexta-feira (10). 

“Nem o capeta faz isso”, diz vizinho

Segundo vizinhos, antes da separação, há cinco meses, o relacionamento do casal era marcado por brigas. “No Natal de 2015, ele tentou matar a mulher. Foi um absurdo o que ele fez que com as filhas. Nem o capeta faz isso”, disse o pedreiro Jonathan Silva, de 28 anos.

Ainda conforme o pedreiro, Campos era carinhoso com as filhas e chegou a dizer, há cerca de um mês, que “já estava em outra”. “Ele levava as meninas para a loja de açaí, carrega e dizia que queria cuidar das crianças. No últimos dias, ele estava com o semblante diferente, parecendo que estava planejando alguma coisa”, contou o jovem. 

Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, três boletins de ocorrência foram registrados pela mãe das crianças contra o, até então, marido.  O primeiro foi em 2010 por vias de fato. Um ano depois, a mulher denunciou o companheiro por tentativa de homicídio após ele usar uma tesoura para perfurá-la. O último foi em 2015 por ameaça. Na ocasião, Campos trancou a mulher em casa e colocou fogo nas roupas dela.

Mesmo com a morte do homem, um inquérito foi aberto para investigar o caso.

(Fonte:CAROLINA CAETANO O Tempo)