De acordo com eles, são cerca de 50 agentes trabalham na unidade, mas a maioria é composta por servidores contratados, e há medo de represálias. “Por isso não temos denúncias sobre a situação em que trabalhamos. Temos munições vencidas, coletes vencidos e equipamentos de proteção individual danificados. Não existe uma manutenção preventiva em nossos equipamentos”, afirma um agente que não quis se identificar.

Ele diz ainda que na última rebelião os detentos agrediram os agentes penitenciários com pedras e chunchos, feitos com vergalhões retirados das estruturas das celas. “Esta rebelião já estava prevista, diante da situação que nos encontramos. Graças a Deus não aconteceu o pior. Todos os agentes temem novas situações de confronto. Os detentos ameaçam os agente e também os familiares. O sistema prisional em Araçuaí está um colapso”.

Outro servidor, que também não quis se identificar, afirma temer outras situações de confrontos com os presos, pois a situação de trabalho gera aumenta o risco para os agentes. “Infelizmente falta efetivo para trabalhar nos presídios. O que vivemos aqui foi um cenário de guerra. O que a gente teme a possibilidade de acontecer outros episódios semelhantes”, diz.

Ainda segundo os servidores, a unidade prisional possui 12 celas e foi construída para abrigar 66 presos, mas o número de abrigados chega a 100. Após a rebelião de quarta-feira, cerca de 15 presos foram transferidos para Teófilo Otoni, Itaobim, Francisco Sá e Pedra Azul.

Eles temem também a segurança dos agentes ao trabalharem em vigias de presos fora do presídio. “Os estatuto fala que são três agentes por detento, mas, geralmente, aqui trabalha um agente para cada dois presos”.

O que diz a Seap

Em nota, a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) afirmou que sempre que se registra alguma ocorrência em unidades prisionais do estado são adotados vários procedimentos no sentido de regularizar o funcionamento do local”.

A secretaria afirma que o motim ocorrido em Araçuaí está sendo investigado, bem como a reclamação de material vencido.