Ele acabou internado na Unidade de Pronto-Atendimento da Regional Nordeste (UPA), no Bairro São Paulo, apresentando quadro de febre hemorrágica e suspeita de malária. Ele foi transferido, por volta das 13h de ontem, por uma Unidade de Suporte Avançado (UTI-Móvel) do Samu, para o Hospital Eduardo de Menezes, no Bairro Bonsucesso, Região Oeste de BH.

De acordo com informações da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) o homem retornou de Angola, um país que é considerado área de risco para malária. A doença tropical assustou as autoridades sanitárias mineiras depois de um surto ter sido identificado em meados de dezembro num garimpo em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, afetando seis garimpeiros que foram medicados na Santa Casa de Caridade da cidade histórica.

Quando chegou à UPA Nordeste, o paciente apresentava quadro de febre hemorrágica. Testes rápidos para dengue foram feitos e deram negativo, o que reforçou a suspeita de malária que foi confirmada em seu quadro clínico. Um exame preliminar dos atendentes acusou insuficiência renal leve no paciente. Por meio de nota, a SMSA informou que o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) notificou o caso como “importado”, ao contrário dos casos de Diamantina. “Foi iniciado o tratamento para a doença na UPA e o paciente foi transferido, estável, por meio de ambulância do Samu, para o Hospital Eduardo de Menezes”, informou a secretaria por meio de nota.

Segundo a prefeitura de Diamantina, não há mais notificações de doentes com malária desde que os últimos seris garimpeiros receberam alta, no início deste mês. O Hospital Eduardo de Menezes é referência no tratamento de doenças infectocontagiosas e durante o surto atual de Febre Amarela na Zona da Mata e vales dos rios Doce, Jequitinhonha e Mucuri, tem recebido os pacientes mais graves com essa doença.

BALANÇO 

De acordo com o último informe epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES), divulgado na sexta-feira passada, foram notificados 486 casos de febre amarela, sendo que desses 19 foram descartados e 97 foram confirmados. De 98 óbitos suspeitos, 40 tiveram a doença como causa confirmada da morte.

Ações assistenciais de enfrentamento à febre amarela têm sido feitas pelas secretarias de estado e municipais das cidades que compõem as quatro regiões prioritárias para a doença – Teófilo Otoni, Governador Valadares, Coronel Fabriciano e Manhumirim – como a contratação de leitos extras, apoio nas ações de vacinação, disponibilização de medicamentos, entre outras. Até o momento, cerca de 1,7 milhão de doses de vacina foram distribuídas na região da Mata e dos rios Doce, Jequitinhonha e Mucuri, onde os casos estão concentrados. Quase um milhão de doses já foram aplicadas.