Primeiro transplante duplo de órgãos do interior de Minas é feito em hospital de Montes Claros
Sofrendo de cirrose hepática e insuficiência renal crônica, Adrelina Francisco Raposo, de 56 anos, recebeu um difícil diagnóstico: precisaria de um transplante duplo de órgãos. Seu fígado e seu rim precisariam ser substituídos.
Após 8 meses de espera, a cirurgia foi realizada, com sucesso, no último dia 4 de janeiro de 2017, no Hospital da Santa Casa de Montes Claros, no Norte do Estado. Ela foi a primeira paciente do interior de Minas a passar pelo procedimento.
“Esse procedimento já foi realizado em Belo Horizonte, em outros lugares do Brasil e do mundo, mas no interior de Minas é a primeira vez. Fomos muito felizes na cirurgia e em alguns dias a dona Adrelina já deve receber alta. O corpo dela aceitou muito bem os dois órgãos”, contou o cirurgião Luiz Fernando Veloso.
Segundo ele, Adrelina chegou a tentar fazer a cirurgia por três vezes, antes do último dia 4, porém como sofria de outras doenças como diabetes e hipertensão, não foi possível realizar o procedimento.
Veloso explicou que a cirrose hepática, que prejudicou o fígado dela, aliada a outras doenças, acabou prejudicando o funcionamento de um segundo órgão, que foi o rim. “É claro que se corre risco fazendo o transplante de dois órgãos, mas quando ocorre de rins e fígado irem a falência, o paciente tem mais chances de sobrevivência se for feito o transplante duplo”, explicou o cirurgião.
De acordo com o médico, neste caso, a Justiça determina que os órgãos que serão doados venham de uma mesma pessoa para melhor recuperação do paciente. “A dona Adrelina está se recuperando muito bem. Os dois órgãos estão em perfeito funcionamento e em alguns dias ela já deve ir para casa. Estamos apenas fazendo alguns ajustes nos remédios imunossupressores”, relatou Veloso.
A família de Adrelina já está comemorando o sucesso da cirurgia. “Ela estava com muito medo porque já tinha vindo ao hospital três vezes e não tinha conseguido fazer a cirurgia, mas nós dissemos para ela que quando tivesse que ser a hora, Deus iria ajudar e ela ia conseguir. E foi o que aconteceu”, conta a filha da paciente, Adriana Raposo, de 28 anos.
Ainda segundo Adriana, a mãe estava muito fraca. Há quatro meses não conseguia se alimentar direito e tinha emagrecido bastante. “Agora que ela fez o transplante, conseguiu voltar a sorrir e a comer. Estamos muito felizes e só aguardando a alta dela”, comemorou Adriana.
(Fonte: O Tempo)