Várias famílias de cidades da região de Valadares estão ansiosas e preocupadas com o desaparecimento de seus parentes que tentavam emigrar para os Estados Unidos. Um barco com dezenas de emigrantes que saiu de uma cidade nas Bahamas pode ter naufragado, e 19 deles seriam brasileiros, a maioria de Minas Gerais e do estado do Pará.

Informações extraoficiais dão conta de que o barco pode ter saído da cidade de Nassau em direção aos Estados Unidos no dia 6 de dezembro, e até hoje nenhum dos passageiros fez contato com seus familiares. Entre os desaparecidos estão os brasileiros Márcio Pinheiro de Souza, natural de Sardoá, (MG); Renato Soares de Araújo, de Sardoá (MG); Arlindo de Jesus Santos, de Rondon do Pará (PA); além de Bruno Oliveira Souza, Reginaldo Ferreira Martins, Diego e outros treze cujas identidades e procedência ainda são desconhecidas.

De acordo com reportagem publicada pelo jornal “Brazilian News Agency”, de Framingham, Massachusetts, os familiares informaram que a guarda costeira americana teria procedido a buscas na região do suposto naufrágio, sem, contudo,  encontrar vestígios da embarcação, tampouco dos seus passageiros. Informações não confirmadas apontam para a possibilidade de essas pessoas terem sido detidas e encontrarem-se em algum presídio, provavelmente em Fox Hill, nas Bahamas.

Entre os desaparecidos está Márcio de Souza. Ele saiu de Sardoá no dia 30 de outubro com o objetivo de entrar nos Estados Unidos pela fronteira com o México, para se encontrar com um irmão e outros parentes que moram lá. A rota que ele usou foi pelas Bahamas. Jeniffer, patroa de uma prima do rapaz, disse ao DIÁRIO DO RIO DOCE no início de novembro que conseguira fazer contato com a Imigração desse país, mas a única notícia que obteve foi que Márcio desembarcou em Nassau e depois seguiu rumo ao México.

 “O Márcio fez o último contato com a família no sábado, dia 5 de novembro, dizendo que faria a travessia para os EUA no domingo. Depois disso ele sumiu e ninguém mais dá notícia de seu paradeiro. Já fiz contato também com a polícia de fronteira dos EUA, com o Departamento de Imigração, com o consulado brasileiro, mas ninguém sabe de nada. Não falam se ele foi morto ou preso, e isso faz aumentar nossa agonia”, disse Jeniffer.

Ainda segundo ela, os familiares de Márcio perderam contato com os “coiotes” que o levavam, e isso aumenta mais a suspeita de que alguma coisa deu errado na travessia. “A família estava acompanhando a viagem através dos ‘coiotes’ que residem na região de Governador Valadares, mas depois que o Márcio foi atravessar eles bloquearam os números, e ninguém mais consegue falar com eles.”