Alexandre Kalil (PHS) é eleito prefeito de Belo Horizonte
Kalil venceu primeira disputa a cargos eletivos que disputou. Ele derrotou o candidato João Leite (PSDB).
Alexandre Kalil (PHS) é eleito prefeito de Belo Horizonte, neste domingo (30). O resultado foi confirmado com 97% das urnas apuradas. Ele derrotou o candidato João Leite (PSDB), que disputava pela terceira vez a eleição na capital mineira. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Kalil teve 52,98% dos votos contra 47,02% de João Leite. Votos brancos alcançaram 4,85% do eleitorado. Houve 15,52% de votos nulos. O índice de abstenção foi de 22,77%. Foram 79,64% de votos válidos.
No primeiro turno, João Leite teve o maior número de votos, 395.952, alcançando 33,40% dos votos. Kalil ficou em segundo lugar, com 314.845, o que representou 26,56% do total.
Alexandre Kalil tem 57 anos e é empresário. Ele foi presidente do Atlético-MG. Na política, Kalil vai para a primeira candidatura. Em 2014, ele chegou a ser pré-candidato a deputado estadual, mas desistiu do pleito.
A campanha de Kalil foi marcada por polêmicas. O candidato João Leite o acusava de ter uma dívida de IPTU de uma das empresas dele e o empresário admitiu o débito com a prefeitura. Outra denúncia da campanha de João Leite contra Kalil foram dívidas trabalhistas com vários ex-empregados da construtora que administra. Kalil confirmou que há processos na Justiça contra a empresa dele, mas que a empresa estava em dia com a grande maioria dos ex-empregados.
Os debates entre os candidatos foram acalorados. Kalil, ex-presidente do Galo, chegou a dizer que João Leite, que foi goleiro do time nos anos 80, era um goleiro meia-boca. Kalil também dizia que João Leite representava a “velha política”, enquanto ele adotou o slogan “chega de político, é hora de Kalil”.
Durante a campanha, Kalil visitou Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) e disse que, se eleito, faria com que as unidades funcionassem com médicos e enfermeiros 24 horas por dia. O prefeito eleito também disse que cobraria do governo federal a verba necessária para ampliar o metrô.
Sobre transporte, Kalil também disse que iria cobrar os empresários de ônibus a renovação da frota a cada três anos. Ele também prometeu abrir a “caixa preta” da Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte (BHtrans), se referindo ao lucros das empresas.
Na segurança, Kalil prometeu dobrar o efetivo da Guarda Municipal e iluminar as vias mais escuras, para garantir que, principalmente, as mulheres sintam-se seguras para andarem nas ruas.
Na entrevista da vitória, na porta do apartamento onde mora, no bairro Lourdes, Kalil disse que o governador Fernando Pimentel (PT) já havia ligado pra ele para parabenizar pela eleição, antes mesmo de 100% das urnas apuradas.
"Tô muito feliz. Eu quero agradecer por essa vitória. Eu quero dizer para Belo Horizonte que nós vamos governar pra todos. Essa cidade vai se tornar uma cidade melhor. Nós vamos lutar para ajudar esse povo tão sofrido, como eu falei desde o início da campanha. Eu tô muito satisfeito, eu tô muito orgulhoso porque as noites que eu chorei no meu quarto sozinho com a minha mulher porque como eu tenho dito valeu a pena. Não guardo mágoa de ninguém. Eu não guardo ódio de ninguém", disse Kalil.
Perguntado sobre a possibilidade de um encontro com o senador Aécio Neves (PSDB), Kalil negou que procurará o tucano. "Primeiro eles desprezam, depois ignoram, depois agridem e no final perdem", disse, se referindo a João Leite (PSDB), candidato derrotado.
Kalil disse ainda que pretende conversar com lideranças de todos os partidos e citou o tucano Geraldo Alckmin, governador de São Paulo, como uma delas.
"Acabou coxinha, acabou mortadela, o papo agora é quibe", disse Kalil, fazendo referência à sua ascendência sírio-libanesa.
O candidato derrotado João Leite (PSDB) em entrevista coletiva e disse que "como homem público eu saio dessa eleição preocupado. O alto índice de abstenção, de voto branco e nulo mostra um grande distanciamento da sociedade com a política. Isso me preocupa, a política não pode ser negada porque a democracia se dá no âmbito da política. A negação da política proporciona um ambiente para o autoritarismo e para algo mais grave ainda, que é o preconceito e que são outras coisas muito graves neste tempo em que abala a democracia. Eu espero que a nossa cidade, eu espero que em Belo Horizonte não aconteça isso. É lamentável que nós tenhamos a negação da política e isso joga por terra tudo aquilo que foi construído no nosso país com muito esforço”.