É comum ouvir pelas ruas da cidade de Almenara, no Vale do Jequitinhonha, a população fazendo protestos por asfalto. Todas as ruas da cidade que tem pavimentação utilizam os paralelepípedos, com exceção da Avenida Olindo de Miranda e parte da Rua Hermano de Souza, no centro da cidade.  

O asfalto virou símbolo da modernidade e é característica marcante nas áreas urbanas. Ele está presente nas principais ruas, avenidas e rodovias. Esse tipo de pavimento se faz necessário onde prevalece a alta velocidade, o trânsito intenso e onde não haja interesse urbanístico. Diante disto vem à pergunta: asfalto ou paralelepípedo?

O engenheiro Claudio de Castro, da Tecpar Pavimentação Ecológica, explica que a escolha depende muito do cliente, da pretensão e do local onde o pavimento será aplicado. Almenara está situada em uma área muito quente do Baixo Jequitinhonha. Frequentemente o município passa por secas intensas. E isto é um dos fatos mais relevantes na hora de escolher o tipo de pavimentação para a cidade.

Vejam os malefícios do asfalto:

  • O asfalto aquece mais que os paralelepípedos;
  • O asfalto impermeabiliza o solo e impede a infiltração das águas da chuva;
  • O asfalto faz aumentar a velocidade dos carros;
  • Aumenta o risco para os pedestres;
  • O asfalto utiliza recursos não renováveis.

Um dos grandes problemas do asfalto consiste exatamente no fato de que ele é um impermeabilizante. Ou seja, a água da chuva não será sugada pelo solo, comprometendo o lençol freático e, por consequência, reduz o fluxo de água nas nascentes, trazendo seca intensa sobre a região. Além disso, os alagamentos se tornam constantes, já que toda a água da chuva fica sobre o solo.

 Já existem pesquisas em materiais que tem absorção maior da água nas cidades. Existem alternativas para esse problema de impermeabilização do solo. Uma delas é manter as ruas cobertas por paralelepípedos, e não passar asfalto por cima, porque os intervalos e espaços entre os blocos torna possível a entrada de água.

Outro tipo de alternativa para permeabilizar o solo, são ruas cobertas por blocos sextavados de concreto, tendo espaço para passagem da água também. Mas nada confortável para andar de carro né?! Pois é, vivemos numa sociedade que as coisas valem mais que nossas vidas, e o carro é uma delas. Se a vaca é sagrada na Índia, o carro é sagrado no Brasil.

É um problema complexo, e para nós, consumidores compulsivos que vivemos em função de nosso consumismo, são realmente quase impossíveis. É preciso muita vontade e consciência coletiva para mudar como tudo está.