Maurílio Arruda está foragido após escapar de viatura no trajeto entre Januária e Montes Claros
O ex-prefeito de Januária, Maurílio Neris de Andrade Arruda, alvo de um dos cinco mandados de prisão da operação Rua da Amargura, foi considerado foragido pela Polícia Federal na noite desta segunda-feira (12/09/2016). Segundo as primeiras informações, ele estava à caminho da delegacia da PF em Montes Claros, após ser preso no fim da manhã em Januária, quando conseguiu a fuga.
O advogado de defesa de Maurílio Arruda, Antônio Adenilson Rodrigues Veloso, destacou que ouviu do delegado Thiago Amorim, enquanto esperava a chegada do seu cliente à delegacia, que o ex-prefeito conseguiu sair do carro e pulou em uma motocicleta, que esperava por ele em cruzamento.
“Eu não acredito nisso, pois não havia necessidade da fuga. Todos os processos temos embasamento suficiente para fazer a defesa”, afirma Antônio Adenilson, que confirmou ainda que vai entrar com o pedido habeas corpus nesta terça-feira (13).
A Polícia Federal não confirmou a versão e disse que irá se pronunciar somente na manhã desta terça-feira.
Entenda o caso
A operação Rua da Amargura, deflagrada na manhã desta segunda-feira, investiga a aplicação de mais de R$ 1 milhão em obras de pavimentação e drenagem de ruas e visa o combate ao desvio de recursos públicos. Foram expedidos pela Justiça cinco mandados de busca e apreensão e cinco de prisão. Três ex-servidores da Prefeitura de Januária (MG) já foram detidos, além do ex-prefeito Maurilo Arruda, agora foragido; um ex-secretário de Educação também segue foragido.
De acordo com as investigações, laudos de engenharia atestaram a inexecução total de diversas obras de pavimentação, pagas com dinheiro público do município.Os envolvidos fraudavam processos licitatórios, direcionavam a contratação de obras, como pavimentação e drenagem de ruas, para uma empresa que também fazia parte do esquema criminoso.
O empresário, que firmou acordo de cooperação premiada com a PF e o MPMG, contou que grande parte dos recursos destinados às obras era desviados pelo grupo criminoso.
Acordo de colaboração
As investigações começaram em 2014, como um desdobramento da operação Sertão Veredas, realizada em maio de 2013, em MG, BA e ES. O foco era uma organização que atuava nos municípios de Januária e Itacarambi (MG) desviando recursos públicos de obras em diversas áreas. Na época, o prejuízo estimado era de R$ 5 milhões.
O acordo de colaboração feito com o empresário investigado no esquema criminoso ajudou a PF a identificar o grupo preso na operação Rua da Amargura. Maurílio Arruda ainda foi alvo das operações Esopo, deflagrada em setembro de 2013, e Exterminadores do Futuro, que ocorreu em junho de 2014; ambas voltadas para o combate de desvios de verbas públicas e fraudes em licitação.
(Fonte: G1 Grande Minas)