Homicídios crescem cerca de 10% no 1º semestre em Governador Valadares
Número de tentativas de homicídios teve queda de 18,05%. Polícias Civil e Militar apontam aumento das prisões na cidade.
No primeiro semestre de 2016 foram registrados 57 homicídios em Governador Valadares, representando um aumento de 9,62% em relação ao mesmo período do ano passado. Os números foram apresentados nesta quinta-feira (4) pelas Polícias Militar e Civil, que comentaram a respeito dos índices registrados na primeira metade do ano.
Se as mortes consumadas tiveram aumento, os números das tentativas de homicídio apresentaram queda. Foram 109 tentativas em 2016 contra 133 em 2015, representando queda de 18,05%. Para o delegado de homicídios, Gean Vitor Fanti, a cidade ainda é considerada violenta, mas ele avalia que a atuação das polícias na repressão desses crimes tem se fortalecido nos últimos dois anos.
“Valadares continua sendo uma cidade violenta, mas estamos conseguindo dar uma resposta mais imediata. A verdade é que o número de prisões aumentou consideravelmente de 2014 até agora. A nossa intenção é que os números de homicídio ainda caiam mais, mas é certo que Valadares conseguiu estabilizar até certo ponto o número de homicídios, que ainda continua alto”, aponta o delegado.
Os dados apontaram ainda as três regiões mais violentas da cidade, de acordo com o número de mortes. Em primeiro lugar está a região que compreende os bairros Penha, Figueira e Novo Horizonte. Em seguida estão os bairros Ipê e São Raimundo, um local conhecido como Morro da Orelha. Por fim, a região do Carapina, Nossa Senhora das Graças e Esperança.
Segundo o major da Polícia Militar, Fausto Machado, a identificação dessas áreas permitiu um trabalho mais ostensivo de combate ao crime nesses locais. Como resultado, foram presos ou apreendidos quatro indivíduos na região do Penha, nove no Ipê e um no Carapina; pessoas que estariam diretamente ligadas ao comando do tráfico nessas regiões. Ele também apresentou nomes de três foragidos dessas gangues que ainda não foram capturados, mas que têm mandados de prisão.
“Esses indivíduos que foram retirados do convívio social ofereciam grande perigo para a sociedade, mas sabemos que existem substitutos à medida que são presos. Por isso, o trabalho é permanente e há indivíduos investigados que ainda não foram presos, mas que são alvos de investigação e trabalho de inteligência. É um número significativo, temos mais de 50 autores de homicídio sob investigação”, informou o Major.
Durante as prisões relacionadas a esses crimes, também foram apreendidas 83 armas, que estão â disposição da Justiça como provas enquanto durarem as investigações, e posteriormente serão encaminhadas para incineração após o fim dos processos judiciais.
Perfil dos crimes
Foram apresentadas ainda estatísticas relacionadas ao sexo e idade das vítimas, bem como os dias e horários em que os homicídios foram mais frequentes. Em relação ao perfil das vítimas, a maioria era do sexo masculino, com idade entre 18 a 35 anos. Quanto ao horário, a maioria dos assassinatos ocorreu nos fins de semana e o horário mais recorrente foi entre 12 às 18 horas. Para Gean Fanti, o perfil dos crimes mostra uma clara relação entre as mortes e o tráfico de drogas na cidade.
“Mesmo sem um estudo mais aprofundado, o que podemos perceber é que houve uma mudança em relação aos horários desses crimes, que antes eram mais registrados durante a madrugada. Uma possível explicação é a guerras entre as gangues. Os membros delas têm se exposto menos durante a noite, quando não podem ver o terreno com segurança, mas aparecem mais durante o dia, virando alvo de gangues rivais”, destaca o delegado.