A hipertensão arterial atinge 30 milhões de brasileiros e é a principal causa de morte no país, fatores que fazem dela um dos grandes problemas de saúde pública. A questão vai além das fronteiras. Em 2013, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou que pelo menos 9,4 milhões de mortes em todo o mundo foram atribuídas à elevação da pressão arterial, sendo 51% por derrame cerebral e 45% por ataque cardíaco. Muitas dúvidas rondam o assunto. Por isso, o médico Antônio Alceu dos Santos, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia, esclarece as principais dúvidas sobre a doença.

Basta retirar o sal da comida para se proteger contra o aumento da pressão arterial?

MITO. O sal é apenas um fator de risco para aumento da hipertensão. Temos que nos atentar para diversos alimentos industrializados, como macarrões instantâneos, temperos prontos, entre outros, que são ricos em sódio.

O estresse aumenta a pressão arterial?

VERDADE. O estresse leva à maior estimulação do sistema nervoso simpático e, consequentemente, promove a elevação dos valores de pressão arterial, redução da circulação de sangue nas coronárias, aumento do consumo de oxigênio pelo músculo cardíaco e aumento da instabilidade elétrica no coração, podendo ocasionar arritmias cardíacas e infarto agudo do miocárdio.

A hipertensão é mais comum entre mulheres?

MITO. No Brasil, verifica-se uma prevalência de 35,8% nos homens e de 30% em mulheres. Estudo de revisão sistemática, de 2003 a 2008, em 35 países, revelou média global de 37,8% em homens e 32,1% em mulheres. Porém, depois da menopausa, a situação se inverte, com maior preponderância da doença entre elas.

Hipertensão tem cura?

MITO. O fator hereditário está presente em mais de 90% dos casos e, nesses, a hipertensão arterial não pode ser curada. Mas pode e deve ser controlada. Os principais casos específicos de cura são recessão de tumor de suprarrenal, correção de coarctação da aorta, hiperparatireoidismo, hipertireoidismo, tratamento da apneia do sono.

A hipertensão não apresenta sintomas?
VERDADE. Na maioria das vezes, não há sintomas. Em pouquíssimos casos podemos ter dor de cabeça, barulho no ouvido (zumbidos), visão turva, tontura, dor no peito, palpitações e outros.