Quarenta pessoas investigadas nas fases três e quatro da operação "Mar de Lama", realizada em Governador Valadares (MG), foram indiciadas por corrupção ativa, passiva, violação de sigilo funcional, lavagem de dinheiro, entre outros delitos. A conclusão do inquérito foi encaminhada neste sábado (28), pelo delegado Cristiano Campidelli, para a Justiça Estadual.

A ação realizada em conjunto pela Polícia Federal e os Ministérios Público Federal e Estadual tem como objetivo combater crimes de corrupção praticados por agentes públicos e políticos. As investigações começaram em 2014 para fiscalizar a aplicação de uma verba de R$ 4,7 milhões liberada pelo Ministério da Integração Nacional, para minimizar os estragos causados pelas chuvas que atingiram o município em 2013.

“O serviço está sendo feito tempestivamente, em uma velocidade necessária e exigida pela sociedade. A Polícia Federal e os demais órgãos de persecução penal estão trabalhado diuturnamente, não paramos nem nos finais de semana e feriados para que a gente possa entregar para a sociedade um trabalho de qualidade e a tempo”, destacou Campidelli.

Cristiano Campidelli afirmou que um vereador [Glêdston Guetão (PT)] e o diretor financeiro do Serviço Autônomo de Água e Esgoto [Adelson Figueiredo], alvos dos mandados de afastamento nas fases três e quatro, não foram indiciados e podem voltar aos cargos, desde que haja permissão do Ministério Público Federal e do Ministério Público Estadual, além das Justiças Federal e Estadual.

O delegado disse que que o Ministério Público tem até a sexta-feira (3) para decidir se oferece denúncia contra os envolvidos.

PF cumpre mandado de busca e apreensão na prefeitura (Foto: Sávio Scarabelli/ G1)
PF cumpre mandado de busca e apreensão na
prefeitura (Foto: Sávio Scarabelli/ G1)

Entenda o caso
A 1ª fase da operação "Mar de Lama" foi realizada em abril deste ano, para desarticular uma organização criminosa instalada na Prefeitura e no SAAE. Vinte agentes públicos foram afastados, dentre os quais, oito vereadores, e outras oito pessoas foram presas.

No mesmo mês, na 2ª fase da operação, outros cinco parlamentares foram afastados dos cargos. Um gestor corporativo do SAAE também foi afastado e foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão.

A terceira fase, além dos 17 presos, foram apreendidos nove veículos, R$ 105 mil, US$ 21 mil, computadores, celulares e diversos documentos. Todos os presos foram levados para o presídio de Governador Valadares.

Ainda na 3ª fase, as investigações apontaram que a empresa Valadarense de Transportes Coletivos, que presta o serviço de transporte público urbano na cidade, está envolvida no esquema de fraudes. Segundo o promotor de Justiça, Evandro Ventura, a empresa pagava propina a vereadores e agentes públicos da cidade, para que fosse beneficiada na prestação de serviços. A PF cumpriu mandado de busca e apreensão na sede da Valadarense na cidade e também emBelo Horizonte. (MG).

Já na quarta fase, realizada no dia 22 de maio, um chefe de cartório de um distrito de Governador Valadares foi preso, após ceder uma certidão, com data fraudada, para a filha de um dos presos na operação. Ela tentou sacar R$ 60 mil em uma agência bancária da cidade.