Coronel Murta celebra "Dia de Combate à Violência Sexual contra Crianças e adolescentes"
A caminhada realizada todos os anos tem como objetivo mobilizar a sociedade, governos e a mídia para o enfrentamento de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes.
Acabar com o silêncio e o medo que as vítimas têm em denunciar e, também, mobilizar a sociedade contra o abuso e a exploração de crianças e adolescentes.
Estes foram os principais objetivos da caminhada realizada na manhã desta quinta-feira, 18 de maio, em Coronel Murta, no Vale do Jequitinhonha, para marcar a passagem do Dia Nacional de Combate à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes.
A concentração começou na porta da Escola Estadual Arthur Fernandes. De lá, os manifestantes seguiram em direção ao Centro de Feiras e Espaço Multiuso, onde ocorreram apresentações musicais e artísticas para lembrar a data.
A caminhada realizada todos os anos tem como objetivo mobilizar a sociedade, governos e a mídia para o enfrentamento de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes.
Participantes levaram balões coloridos, faixas e cartazes com frases de combate à violência contra crianças e adolescentes . O ônibus lilás voltado para o enfrentamento da violência contra as mulheres, seguiu a caminhada.
Marta Loyola, coordenadora do Centro de Referência e Assistência Social, explicou que o combate é feito durante o ano todo com trabalhos que buscam interagir com toda a comunidade. Ela enfatizou que a função do CRAS é acompanhar essas famílias que de alguma forma perderam seus vínculos, não necessariamente através de alguma violência.
O evento contou com a participação das escolas estaduais e municipais sediadas na cidade, do Centro de Referência de Assistência Social, CRAS, ABITA ( Ong ligada ao Fundo Cristão), prefeitura municipal e diversos parceiros, a exemplo da Polícia Militar, dos Conselhos Tutelar, e de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente.
A assistente social Katherine Cardoso Jardim, presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente destacou que a luta deve continuar dia após dia e que a Marcha é um dia para mostrar à sociedade que se deve dar mais atenção ao problema.
As conselheiras tutelares do município lembraram do assassinato da pequena Aracelli, ocorrido no Espírito Santo e que envolveu jovens da alta sociedade capixaba .
Araceli Cabrera Crespo tinha 8 anos quando foi raptada, drogada, estuprada, morta e carbonizada. O crime que chocou o país e ficou impune, ocorreu em 1973. e inspirou a criação da data da marcha e da lei de proteção às crianças e adolescentes.
Para as conselheiras, o problema da violência esta longe de ter fim e que nos últimos anos, estatísticas mostram o aumento dos abusos e explorações no pais.
A secretária municipal de assistência Social, Rosângela Perroni explicou o papel do CRAS no enfrentamento da questão e que crianças e adolescentes não estão preparados física, cognitiva,emocional ou socialmente para enfrentar uma situação de violência sexual. "São cicatrizes que ficam para sempre na alma de uma criança vítima de abusos", disse ela, agradecendo a parceria com as entidades e secretarias municipais envolvidas na realização da caminhada .
Cerca de 600 pessoas, conforme estimativa da Polícia Militar, participaram da caminhada.
Alunos das escolas estaduais Mariano Murta e Arthur Fernandes, e escola Municipal Rossana Ferreira Murta, usaram a arte para mostrar as chagas do problema da violência contra crianças e adolescentes. Dança, música e poesia fizeram parte do cardápio.