Uma coisa é certa – ninguém rouba os EUA e fica impune. Após falsos relatórios contábeis que apontava um crescimento certo da Petrobrás, investidores americanos apostaram suas fichas na empresa brasileira.  Passado algum tempo perceberam que foram vitimas de um grande golpe. Parte do dinheiro investido foi para o ralo.

Com isso começou a arquitetura de um grande plano: derrubar e desmascarar os “ladrões”. Assim aparece no cenário brasileiro o Juiz Federal Sérgio Moro. O enviado.

Ele cursou o programa de instrução de advogados da Harvard Law School em 1998 e participou de programas de estudos sobre lavagem de dinheiro promovidos pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos. Especializou-se em crimes financeiros e tornou-se juiz federal em 1996.  A sua especialidade é desmontar quadrilhas especializadas em lavagem de dinheiro. 

Seu "batismo" na área de crimes financeiros ocorreu no início dos anos 2000, durante o caso Banestado, o escândalo que envolveu a evasão de 28 bilhões de dólares em divisas por meio de um antigo banco estatal paranaense. Até hoje o caso é considerado o maior escândalo de lavagem de dinheiro da história do Brasil.

No processo que correu entre 2003 e 2007, Moro condenou 97 pessoas e cruzou pela primeira vez com o doleiro Alberto Youssef, hoje uma das testemunhas-chave do escândalo da Petrobras. No mesmo caso, Moro fez uso da delação premiada – então um instrumento relativamente novo em casos de lavagem de dinheiro – para conseguir a colaboração de suspeitos, entre eles Youssef.

O caso Banestado legou à Justiça Federal no Paraná um time completo de especialistas em lavagem de dinheiro, entre delegados e procuradores. Além de Moro, atuaram no caso os procuradores Carlos Lima, Januário Paludo e Orlando Martello Junior, que agora também participam da Lava Jato. O próprio Moro afirma que a investigação desse tipo de crime era um terreno virgem no Brasil e que em seus tempos de estudante de direito a maior parte dos alunos só se interessava por direito de família e trabalhista. "Ninguém queria saber sobre lavagem de dinheiro", disse em uma palestra em Curitiba.

Segundo o presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Antonio César Bochenek, Moro faz parte de uma nova geração de juízes que entrou no judiciário após a Constituição de 1988, por meio de concursos, sem depender de nomeações. "São pessoas mais sensíveis aos reclames da sociedade", afirmou. Segundo Bochenek, Moro é um juiz "que trabalha rápido" e é "incansável". "Ele já despertava admiração entre seus colegas antes mesmo da repercussão da Lava Jato", diz.

Depois do Banestado, Moro ainda auxiliou a ministra do STF Rosa Weber no processo mensalão. Seu livro, "Crimes de Lavagem de Dinheiro (2011)" foi citado com frequência durante o julgamento.

Condução da Lava Jato

Nos últimos anos, seguidas operações capturaram a imaginação do público brasileiro e produziram barulho na imprensa, mas depois de um período de calmaria, acabaram sendo anuladas por tecnicidades ou atravancadas por uma sucessão de recursos – tal como aconteceu com a Satiagraha, a Castelo de Areia e a Boi Barrica. O juiz Moro tenta evitar que esse mesmo padrão se repita com a Lava Jato.

No momento, advogados que representam empreiteiros e lobistas presos ainda não encontraram nada capaz de parar o rolo compressor da Lava Jato. À DW, alguns acusaram o juiz de agir como um "justiceiro", mas também admitiram que o processo tem sido conduzido de maneira bem amarrada.

Tudo foi e esta sendo feito como planejado. A queda do PT é certa!