Para conhecer as dificuldades de gestão, produção e comercialização dos empreendimentos solidários das comunidades tradicionais, três equipes de especialistas estão visitando 50 empreendimentos no Norte de Minas e nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.

Os técnicos estão levantando as informações em 16 comunidades maxacalis, nos municípios de Ladainha, Santa Helena de Minas e Bertópolis, no Território do Mucuri; 12 grupos quilombolas do Brejo dos Crioulos, nas cercanias de São João da Ponte, Varzelândia e Verdelândia, no Território Norte; e 22 grupos de ribeirinhos em Salto da Divisa, Território do Médio e Baixo Jequitinhonha.

No momento, as equipes contratadas pela Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social (Sedese) já realizaram o levantamento das comunidades quilombolas da região de Montes Claros, com os ribeirinhos de Almenara e se preparam para realizar o mesmo trabalho na região de Teófilo Otoni junto aos indígenas.

A proposta é ter um diagnóstico desses empreendimentos em relação às principais dificuldades e necessidades e o próximo passo é elaborar um plano de ação com prazos e conteúdos para a qualificação dos empreendedores dessas comunidades tradicionais e ainda a aquisição de insumos e equipamentos necessários.

Os investimentos públicos nos grupos econômicos solidários das comunidades tradicionais reservam R$ 1,2 milhão somente para a capacitação dos empreendedores, em gestão, produção e comercialização. Cerca de R$ 300 mil serão dedicados à compra de insumos e equipamentos. Os recursos são oriundos de convênio com a Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

As ações devem beneficiar mil empreendedores e incluem ainda incubação de empreendimentos solidários e estruturação de um Centro Multifuncional de Referência da Economia Solidária, em municípios polos, próximos às comunidades tradicionais: Teófilo Otoni, Almenara e Montes Claros.

Combate à pobreza rural
A inciativa integra uma das prioridades da Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese) que é o combate à pobreza rural e foi incorporada ao Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG).

A inclusão produtiva de comunidades tradicionais foi objeto de convênio entre a Sedese a Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes), do Ministério do Trabalho e Emprego. E para viabilizar a execução do diagnóstico, a Sedese firmou contrato com a Fundação Educacional para o Trabalho de Minas Gerais (Utramig).

O programa de combate à pobreza rural tem foco nos territórios com alto Índice de Vulnerabilidade Social - Norte, Baixo e Médio Jequitinhonha, Alto Jequitinhonha, Mucuri e Vale do Rio Doce -, e ênfase nas comunidades quilombolas, indígenas, ribeirinhos, assentados e acampados. O destaque, neste programa, é o fomento à inclusão produtiva, com ações de formação de empreendedores e fomento à comercialização.