Após um conflito agrário entre membros do MST, comunidade dos Quilombolas, proprietários das Fazendas Marobá e Singapura onze pessoas foram presas na manhã de ontem, 29, em Almenara/MG, no Vale do Jequitinhonha. Com os suspeitos foram apreendidas armas de fogo e armas brancas. Segundo relatos, os proprietários da fazenda estariam contratando pessoas armadas para tomar a posse da fazenda. A Polícia Militar recebeu as denúncias e atuou preventivamente evitando a formação dos grupos e o agravamento dos conflitos.

                A disputa pela posse da terra agravou quando Kenio Avila comprou parte da Fazenda e expulsou 200 cabeças de gado pertencentes aos ocupantes da Comunidade dos Quilombolas e MST. Kenio despejou o gado sobre a rodovia que liga Almenara à Bandeira/MG. Um Registro de Evento de Defesa Social (antigo BO) foi confeccionado em desfavor dele por expor pessoas à perigo com animais em  via pública.

                Segundo os ocupantes do MST do acampamento Dezesseis de Abril e ocupantes da Comunidade dos Quilombolas, um dos vaqueiros da Fazenda teriam efetuado vários tiros intimidando os ocupantes durante a retirada do gado. Segundo os proprietários da Fazenda, eles teriam tentado negociar com os ocupantes que se recusaram a vender ou a retirar o gado das terras.

                A partir das denúncias, a Polícia Militar desencadeou operação com o intuito de prevenir atuação de grupos armados. Segundo a PM, das onze pessoas presas, nove teriam passagem pela Polícia com crimes que variam de tráfico de drogas à tentativa de homicídio. Um dos suspeitos teria que cumprir prisão domiciliar, inclusive. Dois revólveres e sete armas brancas foram apreendidas. Os suspeitos foram encaminhados para a Delegacia em Almenara.