Eles foram os principais responsáveis pelo transporte de mercadorias no Brasil Colônia, no Império e – ainda com muita presença – até meados do século passado. Os tropeiros não desapareceram e ainda estão por aí varando serras e trilhas, em caminhos acessíveis somente com cavalos e mulas. Mas não em grande número, com eram muito tempo atrás. Pelos caminhos de um Brasil antigo, as tropas cruzavam territórios levando todo tipo de víveres e mercadorias, indo de vila em vila, de cidade a cidade.

Também faziam o trabalho de mensageiros levando cartas e notícias de lugares distantes. A tropa era formada por mulas, animais resistentes, com capacidade para carregar muito peso, sendo que a média de distância percorrida por dia era de 20 quilômetros.

O tropeirismo foi, portanto, uma atividade vital para o desenvolvimento de um Brasil praticamente sem estradas, e a figura do tropeiro personificou uma profissão que foi estratégica para a economia. Isso antes das boas estradas, dos caminhões e caminhonetes.

Tropa bem conhecida

Em função de inúmeras coberturas jornalísticas feitas com ela – é uma que sai da zona rural de Itamonte, em Minas Gerais, e atravessa a Serra da Mantiqueira para chegar aos distritos turísticos de Maromba, Maringa e Mauá, no Estado do Rio de Janeiro. O trajeto, de 40 quilômetros, é feito toda semana e chega aos distritos na quinta-feira para passar o fim de semana e vender seus produtos da roça para turistas e lojistas. O carro-chefe é o queijo parmesão, mas mel, doce e quitandas também são oferecidos. Eles são conhecidos como os tropeiros do parmesão. A própria tropa, pela curiosidade que desperta, é também uma bela atração.

Toda a riqueza do tropeirismo pode ser conhecida no Museu do Tropeiro, a 70 quilômetros de Belo Horizonte, em Ipoema, distrito de Itabira. Aberto ao público de terça-feira a domingo, a entrada é gratuita, e é uma boa oportunidade para saber muito mais sobre esse universo.