As unidades móveis da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania (Sedpac) para atendimento às mulheres em situação de violência doméstica e familiar vão priorizar, a partir de fevereiro, o acompanhamento de comunidades quilombolas no interior do estado, onde ainda é grande o número de casos de agressões. Neste momento, estão sendo definidas as estratégias de atendimento com as equipes técnicas que trabalharão nos três ônibus doados pelo governo federal.

Para a subsecretária de Políticas Para as Mulheres da Sedpac, Larissa Amorim, com a iniciativa será possível levar informações para que as mulheres possam conhecer e exercer seus direitos humanos de maneira plena, principalmente em áreas mais remotas e afastadas dos centros urbanos, como é o caso de muitos quilombos. “Nesta fase do trabalho temos nosso foco voltado para comunidades quilombolas, pois a articulação entre ser negra e viver em áreas rurais, com acesso limitado aos serviços públicos, pode ampliar as chances das mulheres viverem situações de violência de forma naturalizada”, disse.

Cada unidade móvel possui duas salas refrigeradas para atendimento às mulheres do campo, da floresta e das águas (ribeirinhas), equipadas com computador e impressora, além de cozinha, banheiro e um toldo na lateral, que comporta a colocação de 20 cadeiras para a realização de palestras e cursos. A cabine permite o transporte de uma equipe de cinco técnicos e o motorista.

Nesses ônibus, as mulheres contam com todo um aparato multi-profissional, que inclui o atendimento de psicólogos, assistentes sociais e advogado. No dia 21 de novembro do ano passado, o secretário de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania, Nilmário Miranda, participou do teste de atendimento com um dos veículos na comunidade quilombola dos Candendês, em Barbacena, onde foram atendidas cerca de 30 mulheres.

Os veículos estão atualmente em Belo Horizonte, Araçuaí e em Ponte Nova. Segundo a superintendente de Enfrentamento à Violência contra a Mulher da Subsecretaria de Políticas para as Mulheres da Sedpac, Isabel Lisboa, estão sendo capacitadas cerca de 15 pessoas que trabalharão nas unidades para atendimento nos municípios do entorno.

“Nossa estratégia é mobilizar nessas regiões os CRAS, CREAS, escolas, centros de saúde, Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher, promotorias, varas da Justiça e defensorias públicas. Junto com esses parceiros vamos fazer o atendimento e articular uma rede local para dar continuidade ao trabalho e acompanhar os casos”, contou Isabel.

De acordo com Isabel, a partir de março, as unidades móveis serão gerenciadas em Minas pelo Fórum Estadual de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres do Campo, da Floresta e das Águas, que será coordenado pela Subsecretaria de Políticas para as Mulheres da Sedpac.