Na sexta-feira, 25 de dezembro, o mineiro Adair Vieira Sales, de 47 anos, e sua companheira, Aparecida Silva, foram encontrados mortos em um apartamento na Prospect Heights, em Milford (Massachusetts). As primeiras suspeitas é que o casal tenha morrido envenenado por monóxido de carbono.

Segundo informações, o casal estava junto há 10 anos e na terça-feira (21/12), Adair já havia sido levado a um hospital com pressão baixa, dor de cabeça e mal estar. Estes sintomas são comuns em quem inala o gás e é envenenado. Na quinta-feira (24/12), um homem que morava com o casal também se sentiu mal e passou a noite internado.

Os corpos foram levados para Boston (MA), onde serão analisados e posteriormente liberados para o translado ao Brasil. As autoridades lacraram a casa para perícia, que seria realizada nesta terça-feira (29).

Adair era natural de Engenheiro Caldas, e Aparecida de Governador Valadares. O homem foi morar nos Estados Unidos em 2002, trabalhou em alguns empregos e há nove anos estava fixo na empresa de construção StoneWays Paving. Ele deixa um filho de 22 anos e a mãe tem 76 anos. Aparecida tinha dois filhos, sendo um de 26 anos e outro de 22, além de um neto.

Patrão lamenta a morte

O patrão de Adair, Chris Harper, usou as redes sociais para lamentar a morte do brasileiro, qualificando-o como “o melhor funcionário e um amigo”. Ele disse em sua página no Facebook que ficou chocado e abalado com a notícia de que seu funcionário tinha morrido. “Meu coração está partido neste momento… Que descanse em paz Adair Sales. Tu foste o melhor trabalhador que jamais poderia ter… Você vai fazer uma falta imensamente, amigão”.

Solidariedade

Para o translado, os amigos se uniram e junto com a irmã de Adair iniciaram uma campanha que visa arrecadar US$ 15 mil. Até o fechamento desta edição já havia sido doado pouco mais de US$ 3500. Os interessados em colaborar podem acessar o site (www.pages.giveforward.com) e fazer uma doação.

Monóxido de Carbono: O gás que mata em silêncio

Inodoro, incolor, insípido e não irritante, o Monóxido de Carbono (CO) é um gás extremamente perigoso, produzido pela combustão incompleta do carvão ou liberado por aparelhos de queima. É, de fato, um gás que mata em silêncio. Por isso, a pessoa que o inala não percebe qualquer anormalidade. Quando a intoxicação chega a um determinado nível pode ocorrer o desmaio e provavelmente ocorrerá a morte.

Podem estar sujeitos a este gás, todas as pessoas que estão em quartos fechados, expostas, durante certo tempo, às braseiras de carvão, sem as devidas condições de ventilação, ou em banheiros, em que o sistema de aquecimento da água é feito por esquentadores a gás (instalados nas próprias casas de banho).

Os sintomas são: indisposição, náuseas, vertigens, cefaleias intensas, com taquipneia e taquicardo e vasodilatação periférica. Só depois surge a sintomatologia nervosa, embora o doente não tenha consciência do processo de intoxicação que está a sofrer, nem sinta necessidade do oxigênio.

Prostração, sonolência, flacidez muscular, paralisação dos membros torna difícil, e às vezes, difícil mobilização. Por tudo isto, muitas das vezes, as vítimas são encontradas em fase comatosa ou em situação de difícil recuperação.

O Monóxido de Carbono é expelido por queima incompleta de qualquer combustível, tais como o propano, gasolina, querosene, gás natural, fumaça do escapamento de automóvel, fumaça do tabaco, chaminés com defeito, ou bloqueadas, qualquer queima de combustível em um espaço fechado, funcionamento errado de aparelhos a gás, tais como aquecedor e até mesmo fogões a lenha.