O Estado de Minas Gerais atualizou o número de casos de microcefalia que estão sendo investigados por uma possível relação com o zika vírus. Segundo novos números da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), 11 casos da malformação foram notificados no Estado desde o dia 11 de novembro e estão passando por um protocolo para ter suas causas identificadas. As informações foram passadas em uma coletiva à imprensa na manhã de quinta-feira, 03 de dezembro.

Dois outros casos já foram analisados em MG - incluindo o de um bebê nascido no dia 23 de novembro na maternidade Sofia Feldman, na região Nordeste de Belo Horizonte - e tiveram a relação com o zika descartada. Segundo o governo do Estado, Minas Gerais ainda não registra circulação do vírus.

De acordo com Rodrigo Said, superintendente
de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador da secretaria, a diferença nos números passados hoje se deve a uma atualização nos dados - e não ao surgimento de mais sete casos nos últimos dias.

“Em Minas Gerais, temos uma série histórica de aproximadamente 20 casos de microcefalia por ano. Antes do dia 11 de novembro (quando a notificação da malformação se tornou obrigatória), tivemos 11 casos no Estado. E mais 11 neste período, totalizando 22 casos. Estamos dentro da média”, afirma Said.

Os 11 casos mais recentes de microcefalia foram notificados nos municípios de Belo Horizonte (3); Contagem (2); Uberlândia (1); Congonhas (1); Montes Claros (2); Ponte Nova (1); Curvelo (1). Segundo Maria Tereza Costa Oliveira, gerente de Vigilância e Informação em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, a notificação de três casos da doença na capital não chega a ser preocupante.

“Passando a ser um evento de notificação obrigatória, aumentou a sensibilidade dos profissionais quanto à doença. É esperado que, inicialmente, tenhamos alguns casos”, declarou. A previsão para os resultados dos exames é de cinco a seis dias.

As notificações e análises primárias estão sendo realizadas em seis unidades-sentinela distribuídos pelo Estado, nas cidades de Belo Horizonte, Pouso Alegre, no Sul de Minas, Juiz de Fora, na Zona da Mata, Uberlândia, no Triângulo, Montes Claros, no Norte de Minas e Teófilo Otoni, na região do Vale do Jequitinhonha. Essas unidades sentinelas estão orientadas a notificar não só casos de microcefalia, mas também manifestações neurológicas que possam também ter relação com o zika vírus, como a síndrome de Guillan-Barré, por exemplo.

Depois do aumento do número de casos da síndrome em Pernambuco, os cientistas começaram a suspeitar da relação entre o zika e a doença. Segundo Rodrigo Said, Minas Gerais também não registrou nenhum caso de doenças neurológicas que possam levantar a suspeita de relação com o zika.