O papa Francisco lamentou o fato de que "o mundo inteiro está em guerra" e de que "não existe uma justificativa para isso" na homilia que fez nesta quinta-feira na missa matinal na capela da Casa Santa Marta.

Suas declarações são uma provável referência aos ataques ocorridos em Paris na última sexta-feira passada, dia 13, realizados pelo Estado Islâmico, no qual morreram 129 pessoas.

A mesma facção também realizou um massacre em Beirute, no último dia 12. "Uma guerra pode ser justificada - entre aspas - com muitas, muitas razões. Mas quando todo o mundo como é hoje, está em guerra, todo o mundo: é uma guerra mundial - em pedaços: aqui, ali, lá, em todos os lugares... - não há nenhuma justificativa. E Deus chora. Jesus chora", disse o pontífice.

Francisco lembrou a aproximação do Natal, mas disse que os preparativos da festa não irão refletir a verdade. "Teremos luzes, festas, árvores luminosas e presépio. Tudo falso: o mundo continua fazendo guerras. O mundo não entendeu o caminho da paz", afirmou.

Em uma de suas homilias mais duras, ele destacou os malefícios da guerra. "Em todo lugar existe guerra, hoje, existe ódio. O que permanece de uma guerra, desta, que estamos vivendo agora? O que resta? Ruínas, milhares de crianças sem educação vários mortos inocentes e muito dinheiro no bolso dos traficantes de armas", ressaltou.

Segundo ele, enquanto uns fabricam armas, outros dão a vida para ajudar os demais "como fez um ícone do nosso tempo, Teresa de Calcutá". "Nós fará bem também pedir a graça das lágrimas por este mundo que não reconhece o caminho da paz. Peçamos a conversão do  coração. Precisamente às portas deste Jubileu da Misericórdia, que o nosso júbilo, a nossa alegria sejam a graça [e] que o mundo reencontre a capacidade de chorar pelos seus crimes, por aquilo que faz com as guerras", concluiu.