Falta de água em Valadares impulsiona vendas em Ipatinga
Cidade está sem abastecimento após rompimento de barragens em Mariana. Moradores de Valadares percorrem 120 km para comprar água.
O desabastecimento em Governador Valadares impulsionou as vendas de água mineral em Ipatinga, no Vale do Aço, que teve um aumento de 100% em algumas distribuidoras. A cidade ficou sem água depois que o Rio Doce foi atingido por lama das barragens que se romperam em Mariana (MG).
Débora Gomes da Silveira é proprietária de uma distribuidora em Ipatinga. Ela diz que nesta semana, a empresa vendeu mais água para moradores de Governador Valadares, do que do Vale do Aço.
"A quantidade de fardos de garrafas são poucos e os galões estão acabando. Já entramos em contato com a fábrica que nos passa a mercadoria para conseguir um número maior dos produtos”, afirma. Os galões estão sendo comercializados pelo preço de R$ 10.
Na distribuidora de Eustáquio Moura, o estoque precisou ser reposto com urgência porque os galões acabaram. "Estamos vendendo diariamente 200 galões só para GV, e um total de 500 por dia. Tem muitos moradores do Vale do Aço que também estão comprando a água, não para consumo, mas para fazer doações”, destaca.
O valadarense Cilso Borges Silva percorreu 120 km para comprar água em Ipatinga nesta quinta-feira (12). Mesmo com o percurso, ele disse que compensou o esforço. “Fiz as contas do dinheiro que iria gastar com os galões e com a gasolina, mesmo assim valia pena, já que em Valadares as distribuidoras não estão tendo água para fornecer, e quando tem cobram um absurdo", conta.
De malas prontas
Na casa da família Moreira, a preocupação com a falta de água também é grande. A dona de casa Maria Feliciana, de 65 anos, e o esposo José Carlos, de 70, são moradores do Bairro Santa Rita, em Valadares, mas eles pretendem deixam a cidade para passar uns dias na casa do filho, em Coronel Fabriciano (MG).
"Somos idosos e não temos condições de ficar em casa sem água. Também não temos saúde para sair pelas ruas e comprar galões e carregar fardos pesados. Infelizmente enquanto a situação da água não normalizar em GV vamos ficar na casa do meu filho mais velho. Nunca pensei que isso iria acontecer", diz a dona de casa.