Cerca 30 motoristas realizaram na manhã desta segunda-feira, no km 407 da BR-116, em Valadares, uma manifestação pedindo a renúncia da presidente Dilma Rousseff (PT). A ação aconteceu entre as 6h30 e as 8h50 e resultou no bloqueio parcial da via. A manifestação aconteceu simultaneamente em 11 estados.

Um vídeo publicado na página do Facebook do Comando Nacional do Transporte, grupo que convocou os protestos, mostra uma fila de caminhões fazendo buzinaço. Nos para-brisas dos veículos estão escritas mensagens que pedem a saída da presidente Dilma Rousseff. “Seu governo não tem mais legitimidade. O seu partido provocou a destruição do Brasil”, diz a mensagem do comando na mesma rede social. Não foram identificadas nas postagens as reivindicações especificamente para a categoria.

Por isso, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), ligada à CUT, afirma que a greve é uma "manobra de um 'grupo' que tenta usar os caminhoneiros em prol de interesses políticos, que nada têm a ver com a pauta de reivindicações da categoria". Segundo nota divulgada pela entidade e assinada pelo presidente, Paulo João Eutasia, "esse 'grupo' que se autointitula 'comando', não representa os caminhoneiros brasileiros e tem por objetivo atrapalhar os avanços conquistados no diálogo permanente com o governo federal em favor dos trabalhadores". A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) também se posicionou contra as paralisações.

O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, disse mais cedo que os caminhoneiros em greve não apresentaram uma pauta de reivindicações e que a paralisação tem como objetivo o desgaste político do governo.

De acordo com o inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Rudson Cordeiro, esse tipo de manifestação não é a escolha correta para conseguir os objetivos que almejam. “Os caminhoneiros não podem obrigar as pessoas a aderirem ao movimento grevista com a paralisação. Existe a lei do direito de ir e vir, e eles não podem causar o impedimento da rodovia de acesso”, destaca.

Cordeiro acrescentou que, além da manifestação ser irregular, gera muitas consequências e riscos a todos. “Participar ou promover esse tipo de manifestação feita por veículos e pessoas envolvidos gera uma multa no valor de R$ 1.700, além dos conflitos que pode causar entre as pessoas que participam e aqueles que apenas desejam prosseguir a viagem”, conclui o inspetor.