Às 13h os portões de uma faculdade no Bairro Horto, em Ipatinga foram fechados e o estudante André Felipe Eufrásio, de 18 anos, ficou de fora do segundo dia de provas do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem). O candidato, que mora no bairro Canaãzinho, chegou às 13h01 e foi impedido de entrar.

"O local da prova é muito longe da minha casa. Não tem ônibus para me deixar aqui. Tive que apelar para o mototáxi. Estou ligando para o ponto desde 11h45 e não havia nenhum. Consegui falar com o motoqueiro já era 12h40, até ele chegar no meu bairro, me pegar e levar para o local da prova, não deu tempo", explica o candidato que tenta o Enem pela primeira vez.

Eufrásio disse que terminou o segundo grau em 2014, e quer fazer a graduação de Administração. "Dediquei meu tempo, vim fazer a prova no sábado e infelizmente ocorreu esse desacerto no domingo. Por um minuto, os fiscais me impediram de entrar. Nada que eu disse foi aceito como justificativa, portanto vai ficar para o ano que vem", lamenta.

Faltando apenas cinco minutos para os portões da faculdade serem trancados, diversos candidatos apressaram os passos para não ficarem de fora. Teve estudante que comemorou ao passar pelas portas, por volta de 12h58. Outros que passavam em frente ao local da prova de motocicleta foram avisados que faltava pouco tempo e correram para garantirem a entrada.

Tranquilidade
O almoxarife Daniel Francisco Cruz, de 57 anos, ao contrário de André Felipe, chegou ao local da prova 1h30 antes do início. Preparado e confiante, o estudante disse que o segundo dia de prova foi o mais esperado.

"Sou bom em redação. O ano passado participei de um concurso de redação entre as empresas de metalurgia de Minas Gerais e tirei o primeiro lugar. Por isso tive muito incentivo dos meus colegas para tentar o Enem, já que uma redação bem feita pode garantir a vaga na universidade", disse o candidato.

Cruz conta que no ano passado fez o Enem e conseguiu concluir o ensino médio com a nota do exame. Este ano espera  que o resultado seja suficiente para ingressar no curso de Engenharia Civil, na UFMG.

"Sou casado e tenho uma filha que formou esse ano em Direito. Toda a minha família está me incentivando a conquistar esse novo sonho. Se não der certo na UFMG, vou tentar outras universidades aqui na região", conclui.

Faltando 1 minuto para os portões serem trancandos esse candidato correu para não chegar atrasado.