É o pior possível. Na concepção popular achar um politico  honesto hoje em dia é a mesma coisa que achar uma agulha no palheiro. Ou melhor, achar um anjo no inferno. 

É obviamente a classe mais desmoralizada que existe. E o pior é que a categoria nada tem feito para melhorar o seu conceito, segue á risca o velho ditado "de que quem cala consente". Lamentável.

Todavia, por uma questão de justiça e bom senso, é preciso dizer que toda regra tem exceção. Ha politico honesto, sim. Encontrá-lo porém é raridade das raridades. Só com a lâmpada mágica de Aladim. E olhe lá.

Por que tem que ser assim? O esquema é bruto. É  barra pesada. É  epidêmico. É  como dizia o genial Rui Barbosa - que um dia haveria de chegar que o homem se envergonharia de ser honesto. Esse dia chegou mais rápido do que se pensa. E chegou para ficar. É incrível.

Como tudo gira em contorno de uma política, é duro, triste, lamentável que dependemos tanto de quem não merece a nossa confiança.

Em parte a justiça eleitoral tem culpa pelo que está acontecendo e o povo que não tem sabido escolher bem seus representantes. A justiça eleitoral podia ser menos maleável e tolerante com quem se candidata a um cargo eletivo. O povo, por sua vez, antes de votar, não pensasse apenas nos seus  interesses particulares mas a nível de coletividade. Se quem se candidata não é pilantra, se é digno de exercer o cargo almejado, se não tem vida suja.

A prevenção neste caso é de sumíssima importância. A pessoa é gente boa, confiável, tem ficha limpa, é competente, tudo bem. É de gente assim que precisamos para fazer uma faxina moral e ética neste país tão espoliado e saqueado pelos maus elementos que o governam.

O eleitor menos esclarecido e interesseiro precisa tomar vergonha na cara e entender que vender o voto é crime, dá cadeia, é falta de compromisso com a honestidade e o bom exemplo.

Por sua vez quem concorre a uma eleição precisa e deve ter a consciência de que comprar voto é crime eleitoral, é corromper o eleitor, é tirar-lhe o sagrado direito de reivindicar, é passar enfim um atestado de que não é confiável e está imbuído das piores intenções, caso seja eleito.

Em situação como essa, fica-se seu saber qual é mais corrupto: se é o candidato ou o eleitor. Analisando bem, os dois se equiparam. São - como se costuma dizer – "farinha do mesmo saco".

*Sebastião Lobo é jornalista, advogado, colunista do Diário, escritor, autor de vários livros e membro da Academia de Letras de Teófilo Otoni