O momento é de lembrarmos os nossos pioneiros e ao mesmo tempo de homenagearmos os que lutaram pela nossa independência. Uma independência que ainda não se consolidou na sua totalidade, já que ainda dependemos tanto de outras conquistas, que nos são essencialmente importantes para a soberania que tanto sonhamos.

De qualquer forma podemos dizer que se olharmos no retrovisor do passado, haveremos de chegar à conclusão que empreendemos passos decisivos e  que realmente nós é que fazemos o nosso melhor caminho.

Avançamos em algumas áreas e nos retrocedemos em outras, na gangorra oscilante da vida.

Centremos, todavia, nossa atenção neste instante em que ruflam os tambores e se desfralda o pavilhão nacional, ao som do Hino Nacional, lembrando um fato histórico que jamais esqueceremos.

É como se os protagonistas desta data tão importante e significativa se erguessem dos seus túmulo se aqui estivessem conosco no palanque comemorativo, recebendo o nosso carinho, os nossos aplausos e a nossa gratidão.

Lá da Filadélfia de outrora, com seu traje a rigor e sua densa barba venerável, Teófilo Otoni, imortalizado numa estátua de bronze ali na Praça Tiradentes, está mentalmente conosco. Vêmo-lo exatamente como era em vida: esbelto, ágil, elegante, olhar atento, sonhador.

É a este herói de um passado remoto que passou sem passar que ora reverenciamos como o grande artífice do alicerce do progresso e do desenvolvimento que hoje desfrutamos. Foi, sem dúvida, este filho notável do Serro, travesseiro do Jequitinhonha, que arriscando a própria vida, que enfrentando os mistérios e perigos da selva e a hostilidade dos selvícolas contra os invasores do seu habitat, que nos abriu uma clareira para um mundo melhor e mais feliz. 

Assim como Dom Pedro I nos libertou dos grilhões terríveis de Portugal, Teófilo Otoni nos deu um acesso ao mar, libertando-nos do atraso, abrindo-nos caminho para a exportação de nossas riquezas e promovendo nossa integração mundial. 

É por isso que neste instante tão grandioso e belo também nos fazemos presentes, para com a mão sobre o peito, dizermos bem alto: Parabéns e Obrigado, Dom Pedro I, Obrigado,Teófilo Benedito Otoni.

*Sebastião Lobo é jornalista,advogado, colunista do Diário, escritor, autor de vários livros e membro da Academia de Letras deTeófilo Otoni