Alessandro Neves Augusto, 'Pitote', foi condenado nesta quarta-feira (19), a 14 anos e três meses de prisão em regime fechado por ter assassinado a tiros, o fotógrafo Walgney Assis Carvalho, em abril de 2013, em um pesque-pague da cidade. O jugalmento foi realizado no Fórum Doutor Orlando Milanez, em Coronel Fabriciano (MG) e a sentença saiu após mais de 10 horas.

O julgamento apontou que o crime cometido por Alessandro Neves Augusto, teve duas qualificadoras; ocultação de crimes e por ter dificultado a defesa da vítima, por isso ele deverá cumprir a pena em regime fechado. A defesa informou que vai recorrer da decisão nesta quinta-feira (20).

'Pitote' já havia sido condenado em junho desse ano, a 12 anos de prisão pelo assassinato do jornalista Rodrigo Neto. Na ocasião também foi condenado por mais quatro anos por uma tentaiva contra um amigo que estava na companhia de Rodrigo Neto que foi atingido de raspão.

O julgamento

Alessandro Neves Augusto chegou ao Fórum Doutor Orlando Milanez por volta das 8h30. A sessão de julgamento teve início às 9h e o réu permaneceu em silêncio por todo o tempo.

Durante a pronúncia da promotora de Justiça, Juliana da Silva Pinto, 'Pitote' permaneceu sentando, com os braços cruzados, em silêncio e de cabeça baixa. Juliana se dirigiu aos setes jurados presentes, narrando a história do crime, ligando o réu a cena do crime e pediu a condenação do mesmo.

Ela afirmou que 'Pitote' se passava por um falso policial civil, tinha acesso facilitado as delegacias da região, dirigia viaturas da polícia, portava arma de fogo e matou Walgney Assis Carvalho por queima de arquivo, uma vez que uma equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Belo Horizonte, estava na região investigando a morte do jornalísta Rodrigo Neto e o fotógrafo tinha informações sobre o  autor desse crime.

A promotora citou que as investigações apontaram ao menos 124 ligações entre 'Pitote' e o ex-policial Civil, Lúcio Lírio, condenado por envolvimento na morte do jornalísta. Durante a pronúncia do Assistente de Acusação, Délio Gandra, dois familiares do fótografo que estavam presentes choraram e um dos advogados do réu, Tiago Xavier se irritou, pois Délio Gandra chamou 'Pitote' de “Monstrinho”.

Alessandro Neves Augusto chorou por duas vezes durante o julgamento. A primeira quando seu advogado, Tiago Xavier, disse que ele havia chegado ao julgamento condenado pela opinião pública e pelos jurados que estavam presentes, e que não havia imparcialidade no julgamento. A segunda quando a defesa contestou as provas da investigação que ligava 'Pitote' ao crime.

Na réplica, a Promotora de Justiça, Juliana da Silva Pinto e o Assistente de Acusação, Délio Gandra  voltaram a citar provas que ligavam o réu a cena do crime e cobrou a condenação.Na tréplica apresentada pela defesa do réu, por volta das 17h42, o advogado pediu aos jurados que não julgasse 'Pitote' pelo o que ele disse durante as investigações, uma vez que ele mudou seu depoimento, e sim pela falta de provas que o ligasse a cena do crime.

As 18h55min, o Juiz leu a sentença de 14 anos e três meses de prisão em regime fechado a Alessandro Neves Augusto.

Entenda o caso
Alessandro Neves Augusto, conhecido como ‘Pitote’ foi preso no dia 11 de junho de 2013, no Bairro Novo Cruzeiro, em Ipatinga, suspeito de assassinar o jornalista Rodrigo Neto. Na época, o Departamento de Homicídios de Proteção à Pessoa (DHPP), apreendeu com o réu uma pistola calibre 380, municiada.

O fotógrafo Walgney Carvalho foi assassinado a tiros, em Coronel Fabriciano, 37 dias após a morte do jornalista. Conforme denúncia do Ministério Público, a vítima teria comentado com diversas pessoas que sabia quem teria cometido o crime. Ainda segundo o MP, ele foi morto como queima de arquivo porque ‘Pitote’ teve medo de que ele relevasse a autoria do homicídio de Rodrigo Neto.

Os assassinatos de Rodrigo Neto e Walgney Carvalho foram investigados por uma equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Segundo o delegado responsável pelo inquérito, Emerson Crispim Morais, as características da motocicleta usada pelo executor de Carvalho são as mesmas da moto emprestada por um amigo a ‘Pitote’, dias antes da morte do fotógrafo.