Será julgado na manhã desta quarta-feira (19), no fórum de Coronel Fabriciano, Alessandro Neves Augusto ‘Pitote’, apontado como executor do fotógrafo Walgney Assis Carvalho, assassinado a tiros em abril de 2013, em um pesque-pague de Fabriciano.

Em junho deste ano ‘Pitote’ foi condenado a 12 anos pelo assassinato do jornalista Rodrigo Neto, morto em Ipatinga em março de 2013.  O acusado também foi condenado por quatro anos por uma tentativa de homicídio contra um amigo do jornalista, que estava com ele no dia do crime e foi atingido por um tiro de raspão.

O réu chegou ao Fórum Doutor Orlando Milanez por volta das 8h30 e tentou se esconder para não ser fotografado pela imprensa. A sessão de julgamento foi aberta às 9h.

O advogado Rodrigo Márcio do Carmo disse que a defesa vai trabalhar com a negativa de autoria. "No outro processo também trabalhamos com a negativa, porém durante a sessão a defesa foi trocando para tentar abater a pena. Aqui acreditamos que não existem provas nos autos para condenação", afirma.

Para o advogado, a condenação de ‘Pitote’, no crime de Rodrigo Neto, não vai influenciar neste outro julgamento. "A história é completamente diferente e não se pode basear na morte de Rodrigo. Hoje o Alessandro é acusado por queima de arquivo. Os fatos, as provas e o discurso é outro".

A defesa diz que o fotógrafo Walgney Carvalho foi morto por um homem conhecido como Serginho. De acordo com advogado, Carvalho e Serginho mataram o jornalista Rodrigo Neto, e, por medo Sérgio matou Carvalho.

A promotora Juliana da Silva Pinto afirma que a tese da defesa é uma tática para tentar ocultar as provas condizentes do inquérito. “Isso é uma estratégia completamente fantasiosa. Temos sigilo telefônico com prova, imagens de câmera, o empréstimo da moto e a prova pericial”, destaca.

Ela ressaltou ainda que os dois crimes estão interligados, o que dificulta o plano da defesa. “ O fato dele ser reincidente e no mesmo crime é um agravante. Sem contar que as provas para esse caso são mais confiáveis por se tratar de queima de arquivo”, conclui.

Entenda o caso
Alessandro Neves Augusto, conhecido como ‘Pitote’ foi preso no dia 11 de junho de 2013, no Bairro Novo Cruzeiro, em Ipatinga, suspeito de assassinar o jornalista Rodrigo Neto. Na época o Departamento de Homicídios de Proteção à Pessoa (DHPP), apreendeu com o réu uma pistola calibre 380, municiada.

O fotógrafo Walgney Carvalho foi assassinado a tiros, em Coronel Fabriciano, 37 dias após a morte do jornalista. Conforme denúncia do Ministério Público, a vítima teria comentado com diversas pessoas que sabia quem teria cometido o crime. Ainda segundo o MP, ele foi morto como queima de arquivo porque ‘Pitote’ teve medo de que ele relevasse a autoria do homicídio de Rodrigo Neto.

Os assassinatos de Rodrigo Neto e Walgney Carvalho foram investigados por uma equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Segundo o delegado responsável pelo inquérito, Emerson Crispim Morais, as características da motocicleta usada pelo executor de Carvalho são as mesmas da moto emprestada por um amigo a ‘Pitote’, dias antes da morte do fotógrafo.